Com a moeda brasileira se desvalorizando em relação ao dólar e com juros baixos nos países desenvolvidos, o governo golpista de Bolsonaro comemora que vai ser mais fácil se desfazer das empresas estatais e negociar mais rápido as concessões. A canalhice governamental está achando que vai receber mais de R$ 18 bilhões com leilões de aeroportos, portos e um trecho da BR 153/080/040 (entre Goiás e Tocantins). A declaração é uma propaganda aberta das privatizações e foi feita pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, em entrevista ao Estadão.
Enquanto o Ministério da Economia não consegue privatizar na velocidade em que o ministro Paulo Guedes tanto deseja, o Ministério da Infraestrutura aposta tudo nas concessões em um plano truculento para os próximos anos. No ano passado haviam planejado realizar 64 leilões de concessões, realizaram 18, mas querem tirar o atraso agora em 2021 e em 2022. “Apenas em abril, teremos os leilões da sexta rodada de aeroportos (abrangendo 22 aeroportos – blocos Sul, Norte I e Central); do primeiro trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol 1), com 537 quilômetros; de 5 terminais portuários (sendo 4 no porto de Itaqui – MA e 1 em Pelotas – RS); da concessão da rodovia BR 153/GO/TO; assim como da desestatização do saneamento do Estado do Rio de Janeiro (na atualidade, o maior projeto de infraestrutura do Brasil).” (Jovem Pan, 4/4/21)
No Rio Grande do Sul o governo estadual segue a mesma cartilha federal. A Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) por míseros R$ 100 mil reais, menos que um carro médio. (JC, 5/4/21) E já se sabe que a empresa que comprou, o Grupo Equatorial Energia, já negocia empréstimos governamentais para pagar parte das dívidas da empresa.
No final do ano passado o governo golpista atualizou a lista de empresas federais que pretende se desfazer agora em 2021. São elas:
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Eletrobras;
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ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias);
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Emgea (Empresa Gestora de Ativos);
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CeasaMinas;
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Trensurb (Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre);
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Companhia Brasileira de Trens Urbanos – MG;
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Correios;
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Codesa (Companhia Docas do Espírito Santo);
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Nuclep (Nuclebrás Equipamentos Pesados).
Mas a lista completa do governo tem mais de 201 empresas e projetos. O que inclui, além dessas, a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), a Casa da Moeda, a Telebras, o Serpro, o resto da participação na Infraero, a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil, o resto da Petrobras, entre outras. O ministro entreguista Paulo Guedes quer privatizar tudo.
A demora em conseguir privatizar e as barreiras que o governo enfrenta no Congresso Nacional não significam força das oposições, mas dificuldades dentro do centrão em conseguir definir quem é dono do quê. Mas essa dificuldade em repartir a rapinagem favorece os movimentos sociais e sindicais, dando tempo e oportunidade para reagir aos ataques contra o patrimônio público.