Os números apresentados pelo Ministério Público do Trabalho, juntamente com a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho (COMPAT), estarem muito aquém do que, de fato é a realidade dentro dos frigoríficos, em virtude da subnotificação, ou seja, a sonegação de dados dos patrões, das doenças e acidentes que ocorrem diariamente, devido ao não fornecimento do Comunicado de Acidentes do Trabalho (CAT), entre outros.
Os dados dão conta de que os frigoríficos entre os ambientes de trabalho são os que mais oferecem riscos à saúde e segurança. Isso ocorre devido às atividades de abate, corte e armazenagem dos alimentos.
No estudo, os frigoríficos estão em primeiro lugar. São registradas 54 ocorrências, em média, por dia.
As atividades em frigoríficos são insalubres, ou seja, são atividades que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, expõe os empregados a agentes nocivos a saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
A temperatura que os trabalhadores têm que suportar podem ultrapassar os 60º abaixo de zero e, mesmo os frigoríficos onde são fornecidos equipamentos, eles não são capazes de oferecer a proteção adequada.
Há porém, uma gama de frigoríficos que ignoram completamente esses equipamentos (uniformes térmicos).
A sua quase totalidade dos frigoríficos não respeitam o intervalo térmico, ou seja, a cada uma hora e quarenta minutos de exposição ao frio, o trabalhador deve ficar fora deste ambiente por 20 minutos.
Outras situações são: o manuseio de equipamentos pesados e cortantes e o ritmo acelerado de trabalho fazem com que os acidentes aumentem. O trabalho em frigorifico traz riscos à saúde a curto, médio e longo prazo. Existem trabalhadores que, em apenas três anos se tornam inválidos, ou seja, jovens de 20, 21, 22, etc. não conseguem levantar um caneca sequer.
Para os patrões dos frigoríficos, o desrespeito ao horário diário de oito horas de trabalho é a coisa mais normal que possa existir, a despeito das condições físicas dos trabalhadores, uma vez que vêem nestes, apenas objetos que podem gerar lucro e, posteriormente serem descartados.