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Não foram 80, foram 257 tiros!

Militares tentam fraudar caso do músico executado no RJ

Em depoimento à justiça militar, os militares que fuzilaram o carro de uma família e mataram dois, tentam criar versão fraudulenta e colocar a culpa num catador de lixo.

Nesta segunda-feira (16/12) os 12 militares responsáveis por metralhar o carro da família e assassinar o músico Evaldo Rosa dos Santos e o catador de recicláveis, Luciano Macedo, começaram a ser ouvidos por juízes da Justiça Militar da União. Os militares estão sendo defendidos pelo advogado Pelo Henrique Pinto de Mello que já na primeira audiência apresentou a linha de defesa dos acusados, que é de acusar o catador de ter atirado na guarnição, a qual “teve que se defender” e atacar os moradores da comunidade do Muquiço, em Guadalupe aonde aconteceu a execução.

Segundo o advogado, “Luciano não tinha uma vida reta… esposa dele declarou, perante o juízo, que ele tinha envolvimento com o tráfico de drogas”…descobrimos que ele havia sido preso por assalto à mão armada, e há que se entender que uma pessoa normal jamais correria para cima de um tiroteio”

Já o tenente Ítalo Nunes, comandante da patrulha, afirmou ter visto o catador ao lado do veículo atirando contra os soldados, porém quando questionado sobre a falta de evidências para corroborar sua afirmação este disse que, uma das pessoas que estavam no carro poderiam ter escondido a arma na comunidade ao lado.

A afirmação do advogado e dos militares ouvidos é simplesmente um descalabro e não possui qualquer proximidade com a realidade. Além de negar o brutal ataque realizado ao veículo de uma família, a argumentação esconde os aspectos principais. Primeiro a ação criminosa dos militares que alvejaram o veículo de uma família com nada mais que 257 tiros, não se preocuparam em averiguar minimamente quem estava no veículo e, ainda que houvesse qualquer possibilidade de um confronto com um bandido portando uma pistola, a ação em que 12 militares, fortemente armados, em um veículo blindado atirar 257 vezes é extremamente desproporcional e não encontra justificativa, nem mesmo num cenário de guerra.

O conteúdo das argumentações apresentadas pelo advogado, que exprime exatamente as opinião da extrema direita fascista quanto à repressão da população pobre. Senão vejamos: primeiro ele diz que o catador “não tinha uma vida reta e que tinha envolvimento com o tráfico de drogas e tinha sido preso por assalto a mão armada”, as afirmações além, de não serem acompanhadas de provas, são as típicas acusações utilizadas e quase sempre fabricadas pelas polícias para prender e assassinar moradores de rua e moradores de bairros pobres. Quem mora na periferia sabe que, as acusações da polícia não precisam ser embasadas com provas, até porque para a quase totalidade dos crimes não há uma mínima investigação.

A versão apresentada pelos militares e sua defesa soou aberrante até mesmo para o Ministério Público Militar (MPM). A promotora Najla Nassif afirmou que as versão criada pela defesa dos militares não encontra qualquer amparo em provas e vai de encontro às provas constantes no processo. Detalhe para as diversas testemunhas, que gravaram inclusive vídeos que foram compartilhados nas redes sociais minutos depois, e o laudo da perícia que não encontrou nenhum cartucho próximo ao carro das vítimas, somente havendo cartuchos próximos ao veículo do exército.

É importante destacar que a linha de defesa escolhida para os militares é alinha que guarda consonância política com a linha da extrema direita bolsonarista, a mesma que defende o aumento da violência irrestrita contra a população e amplos poderes às forças de repressão. Ao apresentar essa linha os militares buscam além de manipular o fatos vistos por dezenas de testemunhas e gravado em vídeo, mas também encontrar apoio da direita fascista que é base de sustentação do (des)governo Bolsonaro, o qual está em vias de aprovar o chamado “Pacote anticrime” de Sérgio Moro, que é uma ferramenta que vai dar mais poder às forças de repressão para atacar a população indiscriminadamente, sem que haja qualquer punição para os envolvidos.

Assista ao vídeo dos militares atirando contra o veículo da família:

https://www.youtube.com/watch?v=OE1dTi5yE68

 

Relembre o caso:

Em 07 de abril deste ano, uma patrulha do exército transportada num tanque blindado (durante a intervenção militar), dizia perseguir um veículo branco que seria de assaltantes, que haviam atirado nos militares poucos minutos antes, no bairro Guadalupe, nas proximidades da comunidade Muquiço. Ao avistarem o veículo os militares dispararam 257 tiros, destes 80 atingiram o veículo, matando o músico Evaldo Rosa dos Santos e ferindo o catador Luciano Macedo que tentou ajudar Evaldo. No carro estavam sua esposa e a filha que sobreviveram ao ataque.

Não há dúvidas, mesmo entre os próprios militares que estes são colocados nas ruas para reprimir a população da forma mais violenta possível: matando!

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