Em ofício interno do Ibama, enviado pela Coordenação de Operações de Fiscalização à Coordenação-Geral, os fiscais informaram que o Comando Militar do Norte (CMN) impediu, em pelo menos três ocasiões, só no mês de setembro, que as Forças Armadas prestassem apoio em operações de fiscalização ao desmatamento na Amazônia.
De acordo com a Lei, os equipamentos apreendidos em crimes ambientais são destruídos. Bolsonaro já vinha prometendo acabar com esta punição em sua campanha. E os militares parecem estar ajudando a cumprir uma promessa de campanha.
Enquanto o povo é surpreendido diariamente com penas cada vez mais pesadas, prisões pesadas sem crime ou devido a crimes de baixa periculosidade, fuzilamentos à luz do dia etc, as madeireiras e mineradoras que praticam crimes ambientais e espalham o terror sobre as comunidades do campo são beneficiados com menores sanções.
Uma destas operações foi para reprimir o garimpo ilegal na reserva indígena Trincheira Bacajá, outra para uma ação no Alto Rio Guamá e outra contra garimpos ao longo da BR-163, na Floresta Nacional do Crepori.
Segundo a imprensa, estas ações envolvem Ibama, Forças Armadas, Polícia Federal e Força Nacional e foram iniciadas pelo Palácio do Planalto depois de reclamações públicas do presidente francês Emmanuel Macron. Trata-se de um conflito interno dentro de setores da burguesia nacional e internacional, entre aqueles que já têm uma inserção na floresta e outros que querem ter maior controle sobre ela.
As populações do campo não podem ter qualquer ilusão sobre a disposição dos capitalistas em preservar a floresta e suas comunidades. É preciso organizar todas as vítimas do avanço capitalista no campo em comitês de autodefesa, e lutar para que a floresta esteja sob o controle do povo.