Desde o começo da Intervenção Militar no Rio de Janeiro, os cariocas, que vivem nas periferias, vêm sofrendo inúmeros ataques. De prisões arbitrárias ao recolhimento de dados dos moradores das favelas, a classe trabalhadora, em especial os negros, se sente insegura com aqueles que, falsamente, dizem os proteger: os militares.
Nesta semana o General Braga Netto, agente da repressão contra os trabalhares, declarou que, do total de 1,2 bilhão que a União destina para Segurança Pública no pais, 66,56% do orçamento foi destinado para intervenção militar no Rio de Janeiro. Esse repasse é maior do que o efetuado nos últimos cinco anos para as policias.
Com os recebíveis, os interventores tinham a tarefa de comprar materiais (armamentos, coletes a prova de balas, etc.), para aumentar a segurança no Rio de Janeiro. Dos 16 grupos de equipamentos comprados, apenas quatro foram entregues ao Estado na cerimônia com essa finalidade, que foi realizada no Monumento Nacional dos Mortos na Segunda Guerra Mundial, no Aterro do Flamengo.
É importante salientar que, mesmo faltando apenas 11 dias para o fim da intervenção militar, as denuncias contra a repressão devem continuar. Atualmente vivemos em uma ditadura que ataca diária e diretamente a classe trabalhadora. Nesse sentido é fundamental que todos incorporem, ou criem, comitês de luta contra o golpe e de autodefesa nos seus bairros, cidades e estados, bem como que sejam realizadas amplas mobilizações populares para derrubar a direita golpista.