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Crise na burguesia

Militares estão divididos sobre saída de Bolsonaro

Enquanto O Globo defende manter Bolsonaro, o Estadão defende a posição dos governadores que romperam com Bolsonaro e chama o povo a fazer o mesmo

A crise de saúde no Brasil se aprofunda a medida que o coronavírus já matou dezenas de pessoas, infectou milhares e ameaça dezenas de milhões de brasileiros. Em paralelo, o governo ilegítimo de Bolsonaro perde totalmente o apoio da sua própria base de direitista, o que se expressa na divisão dos militares, setor fundamental do bolsonarismo, através da divergência dentro da própria imprensa burguesa.

De um lado o Valor/Globo, traz uma coluna com uma hipótese do porquê Bolsonaro ainda não foi substituído.

Se contorná-lo já não basta, ainda não se sabe como será possível tirá-lo do caminho e, mais ainda, que rumo dar ao poder em tempos de pandemia. A seguir a cartilha do presidiário Eduardo Cunha, seu afastamento apenas se dará quando se encontrar esta solução. E esta não se resume a Hamilton Mourão.”

A matéria ainda cita que “duas horas antes do pronunciamento presidencial, o exército colocou em suas redes sociais o vídeo do comandante Edson Leal Pujol mostrando que a farda hoje está a serviço da mobilização nacional contra o coronavírus”.

Ainda que Bolsonaro hoje não tenha nem 10% dos votos em plenário, um processo de impeachment ainda é de difícil viabilidade.” Com essa alegação o jornal passa a discutir uma possível renúncia de Bolsonaro. “Quem teria hoje autoridade para convencer o presidente? … generais envolvidos na intervenção do Rio, PhDs em milícia.” e conclui “a única razão para se continuar nesta pedreira é que, por ora, não há outra saída.” (Valor/Globo – Coluna de Maria Cristina Fernandes. 26/03/2020)

Se o Valor/Globo, traz uma hipótese do porquê manter Bolsonaro na coluna “A Carta da Renúncia”, o Estadão, em seu editorial desta quinta (26) “A brutalização da verdade”, defende a posição dos governadores que romperam com Bolsonaro e chama o povo a fazer o mesmo.

A matéria começa com o jornal alertando aos leitores que o presidente ilegítimo passou a ser uma ameaça “…sob o argumento de que é preciso reativar a economia, incitou os cidadãos a romper a quarentena e voltar à ‘normalidade’ – contrariando as recomendações de especialistas de todo o mundo e do próprio Ministério da Saúde. Ao fazê-lo, o presidente passou a ser, ele mesmo, uma ameaça à saúde pública.”

Em seguida o jornal destaca as características fascistas de Bolsonaro:

Bolsonaro usa a epidemia de covid-19, cujas dimensões e letalidade ainda são desconhecidas e que tanta aflição tem causado ao País e ao mundo, para alimentar seu inconfessável projeto de poder – cuja natureza cesarista já deveria ter ficado clara para todos desde o momento em que o admirador confesso de notórios torturadores do regime militar se tornou presidente da República.” (Estadão – Editorial 26/03/2020)

E por fim reforça o rompimento dos governadores com Bolsonaro, citando os governadores fascistas João Doria (PSDB-SP) e Ronaldo Caiado (DEM-GO).

Em reunião virtual dos governadores do Sudeste com Bolsonaro, João Doria, de São Paulo, disse lamentar o pronunciamento do presidente, queixou-se da descoordenação do governo federal e declarou que ‘a prioridade é salvar vidas’ – ao que Bolsonaro, que jamais desceu do palanque, respondeu: ‘Saia do palanque’… As decisões do presidente da República em relação ao coronavírus não alcançarão o Estado de Goiás”, informou o governador goiano, Ronaldo Caiado, no que certamente será seguido por seus pares. Ou seja, o presidente Bolsonaro será olimpicamente ignorado pelos governadores. O resto dos brasileiros deveria fazer o mesmo.” (Estadão – Editorial 26/03/2020)

Valor/Globo e Estadão são jornais burgueses, entre os maiores do país, que expressam interesses de setores da burguesia brasileira. Unificaram-se em vários momentos, sobretudo no golpe de Estado de 2016 para derrubar o governo de Dilma Roussef, do Partido dos Trabalhadores (PT).

Cada um representa setores da burguesia. A burguesia controla o Estado capitalista, que tem como seus últimos guardiões os militares. Portanto, este episódio de divergência entre ambos, num momento crítico como o atual, não é por acaso, mas sim uma expressão da falta de unidade entre os militares para a derrubada de Bolsonaro.

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