O Ministro da Defesa da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo, informou a existência de uma carta assinada por 69 senadores que, supostamente, autoriza operações militares dos Estados Unidos no país sul-americano. A missão teria o objetivo de “assessoria, treinamento e cooperação” no combate ao narcotráfico por parte de uma unidade do exército americano.
As operações de militares estrangeiras em solo colombiano haviam sido suspensas em 2 de julho, mediante uma determinação judicial emitida pelo Tribunal de Cundinamarca após solicitação de senadores de oposição .
O governo Ivan Duque alegou que agora há aprovação por parte do Senado, pois uma carta foi enviada por 69 senadores que apoiam as operações estrangeiras. Contudo, senadores de oposição denunciam que se trata de uma fraude, de uma manobra, na medida em que uma carta não tem qualquer valor legislativo. O assunto deveria ser debatido e votado em sessão plenária no Senado. Ou seja, a alegada autorização pelo Senado nem sequer existe.
O cientista político Carlos Santa María salientou que não existe uma legislação específica na Colômbia que sirva para supervisionar a presença das tropas dos Estados Unidos. Além disso, o país sul-americano não tem capacidade para controlar os militares americanos e nem sequer tem conhecimento das tecnologias e equipamentos que estes possuem.
Na realidade, com ou sem autorização legal, os militares americanos vão comandar o exército e as forças policiais da Colômbia, no sentido de aperfeiçoar a repressão contra os movimentos sociais, indígenas, camponeses, ambientalistas, defensores dos direitos humanos e grupos guerrilheiros que atuam no país. O partido político Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC), o mais importante partido de esquerda no país, tem sido alvo de massacres sistemáticos cometidos por milícias paramilitares ligadas ao aparelho de repressão oficial.
Outro objetivo central das forças militares americanas é realizar ações para desestabilizar a Venezuela. O território colombiano serve como uma cabeça de ponte para organizar e apoiar ações da extrema-direita contra o regime chavista. Em diversas ocasiões, o presidente Nicolás Maduro (PSUV) denunciou o apoio do governo colombiano à política intervencionista dos Estados Unidos na América do Sul.
O fato de as instituições colombianas autorizarem operações estrangeiras em seu território demonstra o total servilismo em relação aos interesses do imperialismo norte-americano. Os Estados Unidos atuam para centralizar o aparelho de repressão colombiano e, mediante o uso da força, do assassinado político, destruir as organizações de esquerda, operárias e populares. São mais de cinco bases militares americanas sediadas na Colômbia.