No último domingo (10), Sebastião Carvalho (68 anos), o “seu Tião”, foi assassinado no Assentamento Irmã Doroty, em Quatis-RJ. Seu Tião lutou pela terra em vários estados do País e era assentado há 7 anos com a família no estado do Rio de Janeiro.
O assentamento Irmã Dorothy é resultado da desapropriação de uma fazenda em 2014, mas apesar da emissão de posse pelo INCRA (Instituto Nacional da Reforma Agrária) as famílias assentadas não foram regularizadas, ficando sem acesso à infraestrutura e a mercê dos latifundiários e dos seus jagunços dentro e fora do Estado.
Seu Tião é mais um militante da luta pela terra vítima da extrema direita fascista no País. Só neste ano, entre sem-terras e indígenas, já foram centenas de assassinatos no campo, um resultado da política fascista do governo Bolsonaro, e de governos estaduais, como o do Rio de Janeiro, do governador fascista Wilson Witzel.
O fato da extrema direita ter chegado ao poder chamou um banho de sangue no campo e para se defender os trabalhadores devem reagir aos crimes dos latifundiários e sua polícia fascista, pois as violações de direitos só poderão ser barradas pela auto-organização dos trabalhadores.
Resistir aos latifundiários, portanto, é a única forma dos trabalhadores sem-terra defenderem seu direito à moradia e à terra e os demais setores da esquerda e do movimento operário devem defender o movimento.
Com apoio do governo e da justiça, esse é o cenário para o campo brasileiro na luta pela terra, um agravamento da violência e da ofensiva dos latifundiários com a cobertura do Estado.
Por isso é necessária a formação de comitês de autodefesa no campo, com o objetivo de organizar a defesa dos assentamentos, acampamentos, aldeias e outros locais onde vivem as famílias na luta pela reforma agrária.