O evento foi realizado no sábado (23), no Centro Cultural Benjamin Perét, contando com boa presença e, sobretudo, a participação do público que fez muitas perguntas ao Cônsul. Na mesa estavam: Edgar Alberto Gonzáles Marín, Cônsul-Geral da República Bolivariana da Venezuela; Vitor Lara, da direção nacional do PCO, e Joaquim Pinheiro, representante do MST no Rio de Janeiro.
A palestra começou com um apanhado histórico do governo de Hugo Chávez (1999 – 2013), seus conflitos com a direita sabotadora e o imperialismo, terminando com uma análise da situação atual do governo de Nicolás Maduro. Após ampla consulta popular, Chávez promoveu uma mudança nas leis referentes, à: pesca, terra, petróleo, água, comunicação, entre outros setores estratégicos que afetaram os interesses da oligarquia venezuelana e os países que os controlavam e monopolizavam. Toda essa transformação social promoveu um grande conflito com a oligarquia venezuelana e os países que usurpavam a economia do país e, em troca, distribuíam a miséria para a população.
Segundo Edgar, é preciso ressaltar que o golpe de Estado contra Hugo Chávez, em 2012, contou com amplo apoio da direita fascista, encabeçada pela oligarquia venezuelana e sua camarilha golpista lacaia e subserviente aos EUA. Edgar deixou claro que, os ataques dos EUA contra a Venezuela visam apenas a derrubada do governo – legítimo – de Nicolás Maduro e a implantação do neoliberalismo e sua já conhecida política de terra arrasada.
De acordo com o Cônsul, “a direita venezuelana não tem ‘rua’, são apenas vassalos dos EUA e agem como mercenários em prol de seus interesses”. Poderíamos dar diversos exemplos das ações fascistas da direita venezuelana, como: queimar hospitais e creches (com 80 crianças), além de pessoas apoiadoras de Chávez, conclui. Ademais, uma demonstração clara de sabotagem e ataque sem escrúpulos, recentemente veio a tona, como a pane provocada no sistema elétrico nacional.
Edgar também denunciou a hipocrisia e o cinismo do imperialismo, que tenta, a todo custo, criar uma situação de crise humanitária para sabotar a economia do país e armar a direita golpista, enquanto mantém o bloqueio de itens básicos para o ser humano, impedindo o recebimento de vacinas para crianças e recém nascidos. De acordo com Edgar, Guaidó é “o presidente do Twitter”, não possui qualquer estrutura de governo ou poder, apenas o apoio de Mike Pence e os golpistas norte-americanos. “Donald Trump é um déspota, pensa que é o dono do mundo, e quase ninguém questiona”, comenta Edgar. Além disso, “A assembleia nacional nunca trabalhou como um poder máximo do legislativo”, complementa.
Quando indagado sobre a possibilidade de uma intervenção militar por parte dos EUA, Edgar responde: “se houver uma intervenção militar dos EUA na Venezuela, o preço do combustível, imediatamente, duplicaria em diversos países, inclusive no Brasil, e promoveria uma crise catastrófica”.
Durante a palestra, foi chamada a atenção quanto à escalada da direita e da extrema-direita na América do Sul, como: na Argentina, Colômbia, Paraguai, Chile e Brasil, deixando claro que estes governos atendem, apenas, aos interesses do imperialismo e, por isso, tem como prioridade, a implantação de uma agenda neoliberal para estancar a sangria do capital internacional.
Edgar garantiu que o povo venezuelano está disposto a ir até as ultimas consequências para defender a soberania do país. É possível, certamente, afirmar de forma resoluta que, a participação ativa da população no processo de transformação político do país forjou, em um amplo setor, uma consciência impenetrável aos interesses dos golpistas. Dadas as condições candentes da Venezuela, é preciso deixar claro que, constitui-se como tarefa de primeira ordem para todos os setores democráticos, progressistas e, sobretudo, os revolucionários, dar apoio incondicional ao governo de Maduro.