A partir de análise do Ministério Público carioca, que aponta que de 2.959 tiroteios com a presença da Polícia na cidade do Rio de Janeiro, entre 5 de julho de 2016 e 30 de setembro de 2019 se revelam as orientações políticas quanto a ação das forças de repressão do Estado.
Na prática há duas polícias: uma que promove incessante e violento confronto contra a população pobre, tendo como nuvem de fumaça, o tráfico de drogas para justificar as milhares de mortes provocadas pela PM e por outro lado a sua quase total leniência com as milícias.
Apesar de parte considerável da cidade estar sob o controle das milícias. Em suas áreas ocorreram apenas 88 trocas de tiro com as forças de segurança em mais de três anos —2,97% do total. De acordo com dados do Ministério Público do Rio, mais de 40% do território da capital já é dominado por esses grupos.
Por outro lado, 2.333 tiroteios ocorreram em áreas dominadas pelas três principais facções de traficantes do estado —o equivalente a 78,8% do total de tiroteios envolvendo agentes de segurança em mais de três anos.
Assim como demonstrado no importante filme Panteras Negras, que mostra a ação do Estado apoiando a proliferação das drogas nos guetos, para melhor controle dos guetos, no caso aqui denunciado a situação aponta para um cenário em que as milícias, apontadas hoje como a principal ameaça à segurança no Rio, expandem seus domínios sobre territórios até então dominados pelo tráfico, com o consentimento da polícia, que tem entre seus agentes, a maioria dos milicianos, passando também a controlar o comércio das drogas.
É preciso dissolver a polícia, órgão repressão do Estado para esmagar a população pobre. No Rio de Janeiro, particularmente, ela tem sido usada e estimulada de maneira sistemática pelo governador Wilson Witzel em sua política fascista de genocídio nos bairros operários, ampliada pelas milícias que se formam a partir de elementos de dentro das tropas. Fora Witzel! Dissolução da polícia, já!





