Famílias camponesas das comunidades Flor do Brasil e Assentamento Diamante, na região paraense conhecida como Lago dos Macacos, estão desesperadas com a atuação das milícias privadas que as ameaçam. E denunciam que as empresas de “segurança” da região se prestam para este serviço.
Nada disso deveria ser surpresa, já que estas empresas têm o aparato técnico e algum respaldo legal para o uso da violência. Fazendeiros interessados em expandir suas áreas, contratam estes vigilantes para intimidar, agredir e expulsar os camponeses que fazem da terra seu sustento. Nas operações, enquanto os “seguranças” expulsam as famílias de suas casas, outros ateiam fogo nas estruturas e construções, enquanto tratores destroem as plantações.
Uma denúncia chegou ao Ministério Público local, que ajuizou pedido de suspensão da empresa de vigilância denunciada e paralisou os processos de expansão de fazendas na região. Entretanto, não é possível esperar uma política realmente efetiva dessa instância para barrar os ataques. Eventualmente, um abuso aqui e ali é denunciado, para mostrar serviço. Mas estamos falando de um governo e um projeto político que chegaram o poder graças à cooperação integral do próprio Ministério Público.
Só a autodefesa organizada pelos camponeses pode oferecer alguma resistência ao avanço criminoso dos ruralistas sobre suas terras.