A extrema-direita americana promove a organização de milícias armadas para enfrentar a população.
A milícia chamada Forças de Segurança 3% (Three Percenters) tem seções em diversos estados dos Estados Unidos. Segundo o líder da milícia, Chris Hill, o recrutamento de novos membros da organização cresce em uma média de 50 a 100 candidatos por dia, especialmente após os acontecimentos de Mineápolis, as promessas de desmantelamento da polícia municipal desta cidade e as falas do candidato Joe Biden de dar mais voz para a comunidade muçulmana.
Os milicianos raramente são vistos nas ruas sem armas de fogo de pesado calibre e uniformes que fazem referência aos militares. Uma parte do seu tempo é dedicada ao ativismo político, enquanto em outra realizam treinamentos de tiros e sobrevivência na selva, caça, resgate e primeiros socorros.
O objetivo seria defender os Estados Unidos dos muçulmanos, dos protestos do movimento negro, dos imigrantes ilegais e das crenças consideradas “estrangeiras”, como anarquismo e comunismo. Eles dizem que os imigrantes devem assimilar a cultura do país e não fazer nada que vá no sentido de modificar seus costumes.
Em sua concepção, uma guerra civil é iminente no país. A ideia é se preparar para os enfrentamentos contra a esquerda e a população, uma vez que a luta de classes tem se agudizado em um curto espaço de tempo. Os conflitos em Charlotesville e Mineápolis, por exemplo, são interpretados como sinais da guerra civil que está por vir.
A esmagadora maioria dos membros são pessoas brancas. Eles rejeitam o rótulo de supremacistas brancos e a ideia de que são racistas ou têm ligações com a Ku Klux Klan (KKK). Contudo, o movimento negro denuncia sistematicamente a estreita ligação entre as milícias de extrema-direita e a KKK e outras organizações supremacistas brancas. Do ponto de vista político, os membros da milícia 3% apoiam o presidente Donald Trump.
A crise do capitalismo em seu coração, os Estados Unidos, acelera a organização da extrema-direita fascista, que se prepara para um conflito contra a população, a classe operária, os sindicatos e a esquerda. A experiência histórica demonstra que o problema do fascismo não vai ser resolvido com qualquer projeto de lei ou pela defesa abstrata da democracia burguesa.
O fascismo é um instrumento político que a burguesia utiliza para salvar seu regime político e sua dominação de classe, abaladas pela crise. O único meio de impedir seu desenvolvimento é pela mobilização revolucionária da classe operária e de suas organizações políticas e sindicais. A luta é de vida e de morte e será resolvida nas ruas.