A população de Israel saiu as ruas, neste último fim de semana pedindo a renúncia imediata do fascista Benjamin Netanyahu. Em contrapartida, o premier israelense, à moda Trump-Bolsonaro, creditou às manifestações contra sua política neoliberal a meios de comunicação tendenciosos segundo ele.
O governo de Israel, em atitude típica da extrema-direita, finge que a pandemia não existe e dá pouco ou nenhuma assistência à população. Enquanto o povo morre doente e abandonado pelo governo, este planeja a criminosa anexação da Cisjordânia, um ponto polêmico até mesmo dentro de seu próprio partido devido à repercussão internacional.
Estimativas mais moderadas calculam que 10 mil pessoas participaram dos protestos, enquanto outros, mais otimistas, falam em 20 ou 30 mil. Famílias inteiras estiveram presentes, dos mais jovens aos mais velhos. Porém, nem isso deteu o governo de extrema-direita de reprimir a população.
O ministro da defesa de Israel, Benny Gantz, que é considerado um primeiro-ministro “alternativo” condenou a repressão aos protestos e que estes são a expressão da democracia. Todavia, não deve-se enganar com esta afirmação. Gantz age como General Mourão. Uma figura bastante direitista, que compactua com o governo, mas que está sempre pronto para apunhalar o mandatário e assumir o poder. Pra isso, fará até declarações deste naipe para ganhar apoio, em especial, de parcela da pequena-burguesia.
A situação se torna ainda mais crítica porque tanto Netanyahu responde por corrupção quanto sua estrutura de governo é frágil como vidro. É necessário lembrar que houve a necessidade de três eleições para que fosse possível formar um governo e, mesmo na terceira vez, o governo resultante foi formado através de uma coalizão.
O próprio acordo de coalizão mostra como o governo de Netanyahu é artificial e mantido, às duras penas, pelo imperialismo mundial. Netanyahu deverá governar por dois anos e, depois, será substituído por Benny Gantz, que ficou em segundo no pleito.
Isto explica porque Netanyahu está desesperado em agradar sua base social ultraconservadora ao anexar a Cisjordânia. Também explica o porquê Gantz de estar tentando, de alguma maneira, se desgrudar da imagem negativa do atual premier. Se Netanyahu cair ou ficar muito fraco, Gantz, se conseguir se descolar dele, terá termos melhores para governar. Por outro lado, se Netanyahu se fortelecer de alguma maneira – o que é improvável, mas possível – poderá tornar o trabalho de Gantz mais complicado. O que tem-se aí é uma briga pelo poder, enquanto o povo morre pela doença ou pelas guerras.