No dia 16 de janeiro de 2016, a líder da organização Tupac Amaru, Milagro Sala, foi presa pelo governo federal argentino após realizar uma série de manifestações contra o governador de Jujuy, província na Argentina, Gerardo Morales.
Desde então, mesmo após inúmeras denúncias por parte de organizações internacionais, as quais vociferaram preocupações “reais” em relação à situação de Sala, ela permanece como uma presa política há quase cinco anos, sem uma perspectiva real de saída.
Agora, Milagro aguarda julgamento, enquanto permanece em um cárcere preventivo, sofrendo pressões diárias por parte do aparato repressivo do estado. O que vale notar é que, durante esse processo, houve a mudança de governo entre o golpista Macri e o presidente de esquerda moderada Alberto Fernández. Mesmo assim, a situação de Sala não mudou, demonstrando o real poder que sua política possui.
O fato é que, devido à posição política defendida pelo governo de Alberto, é simplesmente inevitável que o aparato estatal fique completamente à serviço dos interesses da burguesia. Afinal de contas, vive-se no capitalismo, portanto, a economia e a burocracia tanto nacional quanto internacional pertencem à burguesia. Nesse sentido, a defesa de governos como o de Fernández, como uma verdadeira saída para o problema da classe operária, não passa de mais uma demagogia da pequena-burguesia que, nesse caso, mostra-se completamente à reboque da burguesia.
É preciso entender que, de forma real, a única saída para os trabalhadores é o estabelecimento de um governo da classe operária. A social democracia e suas ilusões em reformar o estado capitalista é simplesmente nociva à classe operária, pois desarma inclina os trabalhadores a acreditarem em “mudanças por dentro” do Estado burguês, ocultando seu caráter de classe. A própria Milagro critica a administração de Fernández devido à sua política durante o coronavírus, uma prova clara de que, de uma forma ou de outra, é a burguesia quem controla o aparato estatal.
Finalmente, a construção de um partido revolucionário se coloca como a única forma de viabilizar um canal independente dos trabalhadores. É a ferramenta que a classe operária possui para que, inevitavelmente, atinja à sua reivindicação máxima que é a própria revolução. Por isso, é preciso combater toda e qualquer forma de cretinismo eleitoral, extremamente nocivo para o desenvolvimento dos trabalhadores enquanto classe. O imperialismo e toda a sua política genocida precisam ser derrubados, e é a classe operária quem deve fazer isso.