Em meio a ditadura vivida no Brasil, a Polícia Militar do Amazonas perpetuou mais uma ação fascista na reintegração de posse da ocupação Monte Horebe em Manaus. A ocupação continha centenas de famílias de trabalhadoras pobres do Brasil, Venezuela e Haiti, e que estão nessa situação por conta da política neoliberal do imperialismo na América Latina.
Contando com cerca de mil policiais, armados até os dentes para agredir pessoas desarmadas e miseráveis, estavam de capuz no rosto, ação típica de milícias da extrema direita que não querem ser identificados por seus crimes em nome do estado burguês. A ação terrorista de sempre, começou já com sprays, ao passo que uma escavadeira ia destruindo as casas.
A ocupação da região começou há pelo menos cinco anos atrás, se tornando em uma comunidade com um emaranhado de ruas e vielas com casas precárias que se estendiam por alguns quilômetros na área da Reserva Adolpho Ducke.
Chegando ao local, o defensor público, Rafael Barbosa, representando a burguesia armada, disse aos ocupantes: “eu represento vocês”. Barbosa quis “negociar” ameaçando, dizendo que os moradores deveriam entregar suas casas, e se não aceitassem ele “não teria mais como segurar a ação”.
Aqui vale uma grande ressalva. No governo Bolsonaro, os fazendeiros, grandes latifundiários, tiveram aval presidencial para se armar, criando milícias, invadindo terras de reservas indígenas aos milhares. Mas, diferente das famílias de miseráveis, cujo o Estado deveria proporcionar – constitucionalmente – suas moradias, esses assassinos do campo não são punidos, a PM não agride, não atira com bala de borracha, muito pelo contrário. Os casos de policiais, soldados do exército, que trabalham nas milícias genocidas no campo, e mais, de casos onde a PM ajudou oficialmente os fazendeiros, cresce a cada dia.
É uma ditadura abertamente fascista contra o povo pobre!
No caso de Manaus, os soldadinhos da burguesia, construíram bloqueios durante a madrugada, impedindo a aproximação de qualquer imprensa e alegando que seria por causa de “segurança”. A única imprensa que conseguiu chegar no local com bastante dificuldade foi a golpista Folha de São Paulo.
O governo direitista, anunciou que irá pagar um auxílio aluguel de 600 reais por mês para as famílias, fato que não foi citado pelo defensor público durante a “negociação”. Além disso, o governo não sabe nem dizer o número de famílias que até então se abrigavam no local e ficarão sem moradia, pois, como sempre, preferem tacar bomba ao invés de tratar os mais vulneráveis com assistência social e de forma humana.
Essa política de Estado da direita, ainda se utilizou do argumento de “combate ao narcotráfico”. Um absurdo completo, pois sabemos que os narcotraficantes dentro do Congresso, traficantes de cocaína em helicópteros, os juízes e o Ministério Público golpista nunca investigaram.
É preciso que os movimentos de moradia se organizem, criem Comitês de Auto-defesa, lutando pelo armamento junto aos camponeses do MST e os indígenas – que já estão se armando. A esquerda não pode ficar pedindo que a justiça seja feita, pois a justiça esta tomada de direitistas, fascistas que defendem os latifundiários, que não julgam os PMs envolvidos em chacinas no Pará, em Paraisópolis e etc.