Mais de 2 mil pessoas, quase 500 famílias que vivem no Acampamento Quilombo Campo Grande, localizado no município de Campo do Meio – MG, estão ameaçadas de perderem suas terras e produções.
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais) ocupa há 20 anos as terras da ex-usina Ariadnópolis. São mais de 3.900 hectares que não cumpriam nenhuma função social.
Durante todos esses anos de ocupação, com a luta e trabalho do MST, eles transformaram o campo que antes só era plantado cana de açúcar e gerava lucros para meia dúzia de empresários, num campo fértil aonde vem sendo produzidos toneladas de café, milho, feijão, mel. Há também um Coletivo de mulheres que produzem ervas medicinais. Além de 40 hectares de hortas, e mais de 100 mil árvores plantadas.
O Acampamento que obteve recentemente, o reconhecimento da justiça sobre o direito das famílias permanecerem nas terras, está correndo o risco de perder tudo o que construíram durante todos esses anos.
O decreto atestava a área como de interesse social para fins de reforma agrária, foi elaborado no governo anterior e publicado em 25 de julho de 2015.
Acontece que nessa sexta-feira (19/07), o governador Zema (Partido Novo) revogou esse decreto. Zema é um governador golpista, capacho do Bolsonaro, presidente que declarou guerra contra o MST desde sua campanha. Os golpistas estão do lado dos latifundiários, querem esmagar os camponeses pobres e sem terra.
É preciso apoiar a luta do MST, movimento que vem sendo violentamente atacado com o avanço da extrema-direita. Todos os trabalhadores do campo e da cidade, os partidos de esquerda, movimentos populares, devem se unir e formar comitês de auto-defesa e lutar pelo direito do armamento. Sem essa organização o ataque aos camponeses só tende a aumentar.