1984, o livro do escritor britânico George Orwell foi publicado em 1949 e, popularizou o adjetivo orwelliano, que descreve opressão de sociedades inteiras através de grande vigilância por televisores e doutrinação, uma vigilância ostensiva secreta e a manipulação da história registrada por um Estado fascista. Mas, como controlar sociedades indígenas, quilombolas, agrícolas e demais sociedades tradicionais com a mesma opressão e controle?
O fascismo brasileiro parece que encontrou uma “solução”. Em MG, quilombos denunciam exigência injustificada da PM por informações, estas comunidades de oito regiões do estado foram surpreendidas com formulários sobre sua história e suas lideranças.
O Estado Fascista, quer saber como se desenvolveram estas Comunidades, onde andam seus líderes, o que pensam, planejam, onde estão.
Isto mesmo, a Federação das Comunidades Quilombolas do Estado de Minas Gerais – N’Golo denuncia, em nota, que a Polícia Militar de Zema, o governador, ordenou que lideranças de diversas comunidades preenchessem formulários com informações sobre a própria comunidade e principalmente com o mapeamento de suas lideranças.
A distopia de 1984 alcançou as Comunidades quilombolas. A situação teria acontecido em quilombos nas regiões Metropolitana de Belo Horizonte, Central, do Alto Paranaíba, do Jequitinhonha/Mucuri, da Zona da Mata, do Noroeste de Minas, do Norte de Minas e do Rio Doce, preenchessem um formulário com informações sobre as comunidades quilombolas. Registre-se que o acinte é feito com intimidação e a presença de viaturas da polícia.
Segundo a federação, o formulário pede informações sobre o número de famílias, o número de moradores, nome das lideranças, existência ou não de certificação da Fundação Cultural Palmares, o tempo de ocupação do território, dentre outras informações.
É um registro policial e policialesco, Nas mensagens encaminhadas às lideranças quilombolas, pede-se também fotos das lideranças quilombolas e informações sobre as entidades que apoiam as lutas quilombolas.
É claro que a empreitada fascista encontrou resistência. Para Matheus de Mendonça Gonçalves Leite, advogado da federação, a exigência do preenchimento de formulários é ilegal e criminosa, e os responsáveis devem ser punidos. “Não há lei que autorize a PMMG a realizar qualquer tipo de cadastramento das comunidades quilombolas”, lembra, em nota divulgada em seu perfil nas redes sociais.
Matheus de Mendonça Gonçalves acrescentou ainda que “a PM é uma instituição que atua na prevenção e repressão da prática de crimes e, portanto, a exigência dos formulários só pode ser entendida como um mecanismo de reprimir – criminalizar – as práticas culturais e o modo de vidas das comunidades quilombolas em Minas Gerais”.
É mesmo cômodo ao fascismo mapear lideranças eis que facilita ao máximo o “trabalho” de eliminá-las. Segue-se que a tarefa de mapear e acompanhar as informações sobre os quilombos é da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social.
Aliás, a Federação das Comunidades Quilombolas do Estado de Minas Gerais orienta que as lideranças quilombolas não preencham os formulários e não deem quaisquer informações para a PM ou outros órgãos relacionados ao extermínio das populações tradicionais.
O fascismo tem que ser parado e destruído. Fora Bolsonaro e todos os golpistas.