Numa semana marcada pelas comemorações do dia da mulher e por atos em memória de Marielle Franco e Anderson Gomes, o protesto das integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST) terminou com feridas, devido à repressão policial na última quinta-feira, dia 14, na cidade de Sarzedo, na Grande BH. Cerca de 400 mulheres se reuniram para pedir justiça pelo assassinato da vereadora e seu motorista e pela tragédia da Vale, em Brumadinho, que vitimou não apenas famílias e funcionários mortos e desaparecidos, mas que ameaça o abastecimento de água à população da região.
O grupo que ocupou os trilhos da via férrea foi disperso pela ação injustificada da PM, que soltou bombas de efeito moral, para a liberação da linha. As pessoas feridas foram encaminhadas para o hospital da cidade. A Polícia Militar de Juatuba, que atuou na manifestação, negou uso da força e a PM declarou a abertura de um inquérito para investigar o ocorrido.
A truculência policial contra as manifestantes evidencia a constante perseguição ao MST e a rejeição ao ato, que reivindica justiça por um crime que vitimou uma mulher, tendo como responsáveis, organizações militares ou paramilitares, organizados nas milícias cariocas, apoiadoras e apoiadas pelo atual presidente Jair Bolsonaro. Enquanto crimes como o ocorrido pela Vale, segue sem que os responsáveis sejam penalizados, a população que luta por justiça é perseguida e criminalizada. A mobilização nas ruas para combater a repressão do Estado atual, que flerta com o crime, a corrupção e a impunidade, é urgente e a única arma da população, para combater a ação arbitrária contra os movimentos sociais, contra as mulheres e contra os partidos esquerda no país.