No último final de semana algumas famílias de trabalhadores rurais foram surpreendidas com uma emboscada no acampamento Esperança, localizado na região leste de Minas Gerais.
O acampamento Esperança dá suporte desde 2016 para famílias de produtores e produtoras rurais da região onde estão situadas as famílias que foram atingidas pelo desabamento da barragem da Samarco, de Mariana, que como estão sem perspectiva de solução da questão, viram na luta pela terra uma chance de melhoria de vida.
As famílias ocupam uma área do Parque Estadual do Rio Corrente Grande, que estava nas mãos de três irmãos, grileiros, que já haviam sido indenizados pelo Estado para que deixassem a propriedade, porém não cumpriram a determinação.
A emboscada seguida de ameaças de morte sofrida por um acampado e um visitante pegou-os de surpresa. Quando saíram para buscar provisões para o domingo, foram ameaçados com armas de grosso calibre, agredidos com coronhadas, ameaçados com um facão.
Esse ato covarde deixou assustadas as outras famílias que preparavam o terreno para o plantio no próximo período de chuvas.
O acampamento ocupou terras improdutivas da Cenibra, no distrito de Pedra Corrida, localizado em Periquito. Após despejo, em outubro de 2017, as famílias reocuparam um antigo acampamento na fazenda Preservar, em Açucena, onde houve mais um despejo, dessa vez em época de colheita.
O Leste de Minas Gerais possui histórico de violência no campo, tanto que vários outros Assentamentos já foram vítimas da truculência dos proprietário de terras ociosas, por exemplo, o produtor rural Silvino Gouveia foi assassinado em abril de 2017.
A coordenação do acampamento está em alerta para novos embates com os capitães do mato que defendem latifundiários contra os trabalhadores brasileiros.