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Greve golpeada

Metroviários precisam passar por cima da burocracia e dos patrões

Assembleia minoritária na madrugada aceita proposta governamental que mantém redução salarial dos metroviários.

Mais um golpe contra os metroviários ocorreu nas primeiras horas deste dia 28. Estava marcada greve aprovada por ampla maioria dos metroviários, realizada na segunda feira às 19 horas. A assembleia, que já era a terceira (outras duas já haviam ocorrido em 01 e 08 de julho) a abordar a luta contra os ataques do governo João Doria à categoria, foi finalizada por volta das 20 horas e 30 minutos, com a deflagração da greve definida ampla maioria dos presentes em assembleia virtual do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.

A paralisação aprovada estava prevista para as linhas 1 (Azul), 2 (Verde), 3 (Vermelha) e 15 (Prata). Dos 2.506 metroviários participantes na assembleia, 73,3% votaram por iniciar a greve a partir de amanhã; 21,7%, contra a paralisação; e 5%, abstiveram-se.

Já para atacar o movimento, a Justiça capitalista, dominada pelos patrões e seus governos de direita, anunciou como de outras ocasiões de luta, o absurdo, a loucura de que durante a greve deveria ser mantido 95% de todo efetivo trabalhista em atuação. Um absurdo, pois a greve só acontece em resposta aos crimes cometidos pelo governo João Doria contra a categoria. E mesmo se o criminoso, que está procurando roubar 10% dos salários dos trabalhadores, dissesse que deveria se manter 5% do efetivo, já seria um enorme absurdo, pois é greve.

A motivação primeira da greve ocorreu em razão de anúncio pela Companhia do Metrô no último dia 23 de julho informando um corte de 10% no salário de todos os funcionários. O abuso governamental atacava também os planos de saúde da categoria que ficariam inviabilizados com o corte salarial, além do anúncio de retirada do adicional noturno da categoria. Com a greve deflagrada e a partir da meia da noite, trabalhadores da manutenção já cruzaram os braços. A paralisação começou à 0h e não tinha previsão de término. No entanto, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo suspendeu a greve, pasmem com uma assembleia minoritária convocada às pressas e realizada virtualmente na madrugada do dia 28 de julho, quando muitos grevistas já se encontravam dormindo, aguardando pelo começo do dia em greve contra a política de arrocho de João Doria.

Segundo o sindicato, aproximadamente 80% dos participantes acordados àquela altura, que deviam ser bem poucos, aprovaram a suspensão. Durante transmissão virtual nas redes sociais, integrantes do sindicato afirmaram que a decisão veio após conversas com Alexandre Baldy, Secretário de Transportes Metropolitanos. A aprovação por assembleia reduzida se deu em “apoio” a seguinte proposta governamental:

1- Manutenção do adicional noturno de 50%, com o pagamento de adicional noturno de 25% pelo período de 6 meses e o adiamento da diferença de 25% do adicional noturno, que devem der pagos integralmente nos 6 meses subsequentes;

2- Manutenção da Gratificação por tempo de serviço, com a garantia dos valores adquiridos até 30/04/2020, e a suspensão da aplicabilidade do percentual pelo período de 6(seis) meses (01/05/2020 a 01/11/2020), retomando-se o pagamento do direito adquirido neste período no 7° mês, com o consequente pagamento dos respectivos valores retroativos à data de aquisição da progressão;

3- Manutenção do adicional normativo de férias, com o adiamento do pagamento da diferença entre o valor do adicional normativo e o 1/3 constitucional pelo período de 6(seis) meses com o consequente pagamento no 7° mês dos respectivos valores retroativos à data do gozo. Com a realização do acordo, os valores de auxílio transporte suprimidos a partir de 30/06, serão ressarcidos;

4- Renovação do ACT, em todas as suas cláusulas por 12 meses com vigência de 01/05/2020 a 30/04/2021;

5- Manutenção do adicional de horas extras de 100%, com o pagamento de adicional de 50% pelo período de 6 meses, e o adiamento da diferença de 50% dos adicionais de horas extras, que devem der pagos integralmente por seis meses subsequentes, exceto a hora extras compulsórias, que denvem ser pagas integralmente(100%).

Como vemos, o resultado da entrega da greve sem luta, em que pese ter diminuído o anunciado grau de cortes, mas os trabalhadores terão por 6 meses o corte parcial de 50% de vários benefícios, ou explicando melhor, os trabalhadores nos próximos 6 meses terão seus recursos salariais diminuídos.

As últimas greves da categoria resultaram em mais ataques aos trabalhadores com demissões, como em 14 de junho de 2019, quando de acordo com o sindicato, foram demitidos em torno de 20 metroviários, sendo que grande parte dos trabalhadores demitidos sequer aderiram à greve, tendo atuado no plano de contingência que fez o Metrô operar em apenas alguns trechos das linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha. Essa situação de ataque ao direito de greve impõe certa defensiva aos sindicalistas que ficam acuados, nessa situação e sem uma análise correta da conjuntura política os sindicalistas partem para uma política de capitulação, o que amplia as decisões absurdas dos sindicalistas frentes aos abusos governamentais.

Como fizeram ao convocar uma assembleia às pressas pouco tempo depois da decisão de outra assembleia para desfazer a decisão de greve. A continuar assim, a categoria dos metroviários não terá mais direito de fazer greve pois dessa maneira, diante de qualquer ameaça de greve pelo Judiciário e os patrões os sindicalistas vão recuar.

Os trabalhadores metroviários têm que superar essa política de capitulação imediatamente sob pena de terem seus mais elementares direitos econômicos e políticos completamente destruídos.

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