O sindicato dos metroviários de São Paulo em assembleia realizada no dia 23 de janeiro, decretou Estado de Greve à partir desta data. Os motivos que levaram à resolução são os contínuos ataques contra os trabalhadores do metro e foram divulgados pelo sindicato:
• Falta de funcionários, alteração na atribuição de funções e acúmulo de trabalho
• Empresa não cumpre o Acordo da Jornada de Trabalho
• Retirada do pagamento de Adicional de Periculosidade aos OTMs4 no CCO, pintura e oficina de escada rolante
• Mudança compulsória dos funcionários da Manutenção de jornada noturna para a diurna
• Trem sem operador na Linha 15-Prata
• Desvio de função dos ASMs que estão sendo treinados em atividades da Estação
• Manobra de trens por trabalhadores da Manutenção nos pátios: desvio e acúmulo de função
O calendário de mobilização também foi divulgado:
• Estado de Greve a partir de 23/1
• É necessário treinamento de bilheteria para todos os OTMs1
• ASs não devem assumir a linha de bloqueio (dupla função)
• Uso do adesivo em todas as áreas a partir de 29/1
• Distribuição de Carta Aberta em 29/1
• Nova assembleia a ser realizada na primeira semana de fevereiro
A pauta de reivindicações apresentada, o calendário de mobilização da categoria assim como o própria denominação de “Estado de Greve”, denuncia a despolitização do movimento e a ausência de diretrizes propositivas que impulsionem o a luta dos trabalhadores de forma mais amplificada.
Nenhum chamamento político, nenhuma palavra de ordem que aponte as verdadeiras causas dos ataques que a categoria vem sofrendo. Cartas abertas, adesivos, ameaças de greve não assustarão o governo fascista de João Doria.
É necessária a decretação de GREVE de verdade, com paralisação da circulação do metrô para que haja alguma chance de resultados positivos na pauta de reivindicações e recuo da intenções do governo de direita.
A limitação dos motivos da greve a uma relação de reclamações específicas e pontuais do metroviários não será suficiente para mobilizar a categoria e muito menos alcançar o apoio popular ao movimento.
O esmagamento dos trabalhadores será resultado certo, pela falta de direcionamento político das lideranças sindicais, desperdiçando a oportunidade de impulsionar uma luta mais ampla e efetiva contra o governo opressor.
As direções, mais uma vez, ignoram o sentimento que toma conta da população brasileira e a de São Paulo, que é a luta pelo Fora Bolsonaro, e Fora Doria.