O metrô de São Paulo foi condenado a indenizar uma passageira em R$ 5 mil a título de danos morais. No dia 10 de março, os seguranças do metrô revistaram uma mulher em público diante de amigos e usuários do meio de transporte após ser acusada de um furto em uma rua nas proximidades da Estação da República. O juiz que julgou o caso considerou a medida descabida e excessiva diante da ausência de provas de que a mulher de fato havia cometido o delito.
O juiz Fábio In Suk Chang, da 2ª vara do juizado especial cível de São Paulo, em sua sentença, afirmou que “ o metrô expôs “ imagem e honra da autora de forma desnecessária e fora dos limites legais”. A mulher afirma ter sido coagida à revista e ter ficado constrangida diante dos amigos e transeuntes do metrô. O juiz ainda declara em sua sentença que os seguranças têm amparo na prevenção e repressão a crimes dentro das dependências das estações e não fora das áreas de serviço, porém extrapolaram suas atribuições.
Os seguranças do metrô de São Paulo são conhecidos entre a população por sua truculência e excessiva ação violenta. Chamados de “urubus”, por seu uniforme todo preto, constantemente protagonizam relatos dos mais diversos tipos de agressões físicas e psicológicas contra os passageiros. Inúmeros são os relatos de agressões, com fartas imagens e vídeos disponíveis na internet. Em outubro, um vigilante, após discutir com outra passageira, foi conduzido pelo pescoço e estrangulado até desmaiar na linha vermelha da Estação da Sé; em dezembro, um garoto que pedia esmolas foi agredido fisicamente e imobilizado pelos seguranças; também em dezembro, agentes de segurança do metrô detiveram com violência um adolescente negro na estação de Tamanduateí, no vídeo quatro homens torcem os braços do jovem que é jogado ao chão enquanto chora de dor.
Nenhuma instituição de segurança do Estado burguês buscam proteger a classe trabalhadora. Os “urubus” do metrô, assim como a polícia militar, são na verdade mais um braço do estado repressivo de São Paulo, cuja função não tem absolutamente nada a ver com segurança e prevenção, e sim com a intimidação, coação e opressão do povo pobre trabalhador que além de faminto e explorado, é obrigado a amontoar-se no caótico sistema de transporte da metrópole Paulista.