Na última terça-feira (29), o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, ligados ao CSP-Conlutas, do PSTU que mais uma vez apelou para o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), teve uma audiência conciliação ao qual a Embraer onde, mais uma vez não mudou uma vírgula da decisão de reverter as mais de 2.500 demissões.
Em um tradicional jogo de cena, onde a vice-presidenta do TRT de 15ª região, Tereza Asta Gemignani esboçou propostas, as quais a Empresa Brasileira de Aeronáutica recusou a todas, reafirmando a decisão que havia tomado em oito de setembro, onde a própria direção da estatal tinha acionado o mesmo colendo tribunal. Uma das propostas foi de fornecimento de cesta básica por nove meses e manter o convênio médico pelo mesmo período.
Em três de setembro, quando a Embraer tomou a decisão de demitir os 900 trabalhadores, segundo ela, o que faltava para completar o número de trabalhadores que deveriam ser desligados da empresa, conforme nota emitida naquele período, publicada em artigo deste diário.
Naquele período o sindicato do PSTU, em uma manobra que não conseguiu colar, disse que estavam em greve, quando na realidade, no turno da tarde resolveram realizar um ato e conforme o próprio SindimetalSJC, haveria uma assembleia virtual que duraria da sexta-feira (04) até o dia seguinte (05) no sábado. Mais uma vez os trabalhadores foram ludibriados, pois os capituladores do PSTU disseram ter sido aprovada a greve, mas eles não mobilizaram os trabalhadores para efetivar a decisão da “assembleia”. A farsa foi demonstrada, quando ao divulgar o resultado da assembleia, na segunda-feira (06) dia antes do feriado resolveram fazer uma consulta para entrar com um processo contra a empresa, o que deveras, não seria necessário, pois a direção da Embraer já tinha acionado o TRT.
O sindicato de São José dos Campos, ligado ao PSTU vem numa escalada de entrega aos direitos dos trabalhadores, somente nesse ano, já acatou a Medida Provisória 936/2020, que foi utilizada como pretexto para o rebaixamento dos salários, numa capitulação que remonta aos tempos da ditadura, onde os sindicatos intervencionistas entregavam todos o direitos dos trabalhadores ao governo da ditadura militar.
A MP reduziu os salários dos trabalhadores e, aproveitando-se de que não se falava nada sobre as demissões, uma brecha, agora utilizada para o que a estatal demitir. Esse sindicato, diante do brutal ataque desferido aos trabalhadores imposto pelo fascista Bolsonaro, fez altos elogios à MP. Sendo o Bolsonaro um governo que tem como principal objetivo extinguir com todos os direitos dos trabalhadores e, com as direções do movimento sindical disse após a capitulação vergonhosa de que a “A MP 936 é insuficiente”. O governo federal tem total condição de exigir que as empresas garantam o salário integral de todos os trabalhadores. Ou seja, após entregar os trabalhadores nas mãos da Embraer utilizando a mesma MP do Bolsonaro.
a capitulação do sindicato do PSTU faz que que o governo ilegítimo de Bolsonaro, bem como, sua trupe avancem cada vez mais à privatização das estatais do país, inclusive a Embraer que já havia sido entregue à Boeing, onde a última desistiu de receber quase de graça a Embraer, no final do primeiro semestre desse ano.
Os metalúrgicos de SJC e Região precisam ultrapassar a política de capitulação de suas direções e discutir a paralização das atividades da Embraer e ocupar suas instalações até que sejam revertidas todas as demissões.