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Scania

Metalúrgicos de São Bernardo: há o que comemorar?

A Reabertura da Scania é o primeiro passo para a volta aos funcionamento das demais montadoras, da cadeia produtiva e do comércio, ou seja, a política de Bolsonaro e dos patrões

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC anunciou que os trabalhadores da Scania retornaram ao trabalho na segunda-feira, 27 de abril, após acordo da entidade com a direção da empresa.

Conforme matéria divulgada no sítio oficial da CUT Nacional, “Para garantir a volta à fábrica, entre outras questões cotidianas a resolver, metalúrgicos e Scania negociaram um acordo até 31 de julho. O termo inclui uma série de medidas na área de saúde, inclusive mexendo nos turnos”.

O acordo, tratado como positivo pelas direções sindicais, trás à tona algumas questões fundamentais. Em primeiro lugar, o que há de essencial em produzir caminhões em plena pandemia? Uma coisa seria adaptar as empresas metalúrgicas e de outros ramos em um esforço para produzir produtos e serviços essenciais para o combate ao coronavírus, por exemplo, ventiladores mecânicos em grande escala, leitos hospitalares, adaptar prédios e construir hospitais para dar conta do atendimento à população. Essa política em nenhum momento foi discutida já não nos governos federal, estaduais e municipais, de quem não poderia se esperar nada, mas no próprio movimento sindical.

De acordo com entidades que monitoram o desenvolvimento do vírus no mundo, o Brasil já está sendo tratado como o novo epicentro da covid-19, superando os EUA – que segundo dados oficiais, já contariam com quase 1,2 milhão de infectados e mais de 70 mil mortes. Esses dados já deveriam ser motivo para todas as entidades que se colocam no campo da defesa dos trabalhadores e explorados prepararem imediatamente as categorias em torno de uma política massiva de isolamento, com todos os pré-requisitos que se fazem necessários para garantir a segurança da população. Testagem em massa – a partir de testes seguros e não os que circulam por aí, alguns produzidos até em lojas de animal – máscaras, álcool-gel, luvas, leitos hospitalares, condições efetivas para segregar os contaminados – hoteis, prédios públicos, escolas – inclusive no sentido de minorar o gravíssimo problema de saneamento básico e de habitação nas periferias e favelas das cidades brasileiras.

Um segundo aspecto da questão é que se os trabalhadores estão nos seus locais de trabalho, qual o sentido dos sindicatos estarem fechados e os dirigentes fazendo a sua quarentena? Na condição de que não estivessem trabalhando, já seria papel dos sindicatos mobilizar os trabalhadores em seus locais de moradia, para exigir do poder público condições de enfrentar o vírus. Na condição em que estão, em seus locais de trabalho, quem vai garantir o cumprimento dos acordos? O próprio patrão? Isso para não falar que a abertura de uma montadora como a Scania é o sinal de que essa política será adotada pelas demais e com ela a abertura da fábricas da cadeia produtiva e do próprio comércio.

Nesse sentido, os sindicatos estão avalizando a política de abertura geral da economia, defendida pelo fascista Bolsonaro e pelos capitalistas. Para a burguesia e seu governo, o que importa é o funcionamento da economia, o lucro, e não a vida dos trabalhadores. “E daí se vai morrer gente?”

Sob pena de ser corresponsável com os governos e os patrões. Diante da iminência da piora exponencial de uma situação, que já é por demais grave. Os sindicatos, no caso em questão o dos metalúrgicos do ABC, têm que rever a sua política e mobilizar imediatamente os trabalhadores, inclusive preparando para a greve. Pois, ao que tudo indica, esse será o único caminho para defender a vida dos explorados.

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