Os nove países detentores de arsenal nuclear do mundo (EUA, Rússia, França, Reino Unido, China, Paquistão, Índia, Israel e Coreia do Norte) gastaram 73 bilhões de dólares na manutenção das 13.000 armas atômicas no ano de 2019. O informe foi publicado pela Campanha Internacional para Abolição das Armas Nucleares (ICAN).
O documento assinala que este valor corresponde a U$138.699,00 dólares na manutenção das armas nucleares por minuto em 2019, que demonstra um aumento de 7 bilhões (10%) em comparação com 2018.
Os Estados Unidos se destacam com um gasto de 35 bilhões de dólares e respondem por cerca da metade de todos os gastos mundiais. A Rússia, que segundo estimativas teria mais ogivas nucleares que os EUA, gastou 8,5 bilhões de dólares em sua manutenção, menos que 25% do total dos EUA.
Os gastos dos americanos com a manutenção de seu arsenal nuclear comprovam a farsa da propaganda imperialista sobre o Irã e a Coreia do Norte. Estes países buscam desenvolver ou realizar a manutenção de arsenal atômico com o objetivo de se defender das ameaças do imperialismo mundial, em especial dos EUA, que mantém o entorno destes países cheio de bases militares. Para justificar a política de boicotar o desenvolvimento das armas atômicas nos países oprimidos, o imperialismo realiza uma intensa propaganda dizendo que eles representam ameaça à humanidade.
Enquanto procuram impedir outros países de desenvolverem armas nucleares, os países imperialistas gastam vultuosas somas na manutenção de suas armas e em pesquisas para o desenvolvimento de armas mais potentes e de maior potencial destrutivo. O princípio é simples: se os países imperialistas podem ter armas, os países oprimidos devem ter seus direitos de soberania e defesa nacional respeitados. Se alguns podem ter, todos podem ter.
O Irã e a Coreia do Norte são alvos de sanções econômicas americanas por insistirem no desenvolvimento de programas nucleares para fins de defesa nacional. Em diversas ocasiões, o presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano), afirmou que jamais vai permitir que o Irã desenvolva armas nucleares e cogitou a invasão militar do país persa.
O caso da Coreia do Norte é muito ilustrativo de como a posse de armas atômicas gera um relativo equilíbrio de forças extremamente desiguais. Em suas fronteiras, há bases militares e forças navais e terrestres americanas treinadas e prontas para a invasão do país. O pequeno país asiático jamais poderia fazer frente às poderosas Forças Armadas dos EUA, a não ser que dispusesse de armas atômicas de alto potencial destrutivo e capacidade dissuasória.
Qualquer nação oprimida e semi-colonial é incapaz de fazer frente às Forças Armadas do principal país imperialista do mundo. Os Estados Unidos investem dezenas de trilhões de dólares na manutenção de suas forças militares por ano. Nenhum outro país tem essa mesma capacidade, em virtude do fato de que EUA concentram uma enorme parcela da riqueza mundial. Contudo, a posse de armas nucleares tem efeito dissuasório, uma vez que a burguesia americana, seus partidos políticos, as Forças Armadas e a própria população temem sua capacidade destrutiva.