O navio petroleiro iraniano Forest entrou em águas venezuelanas nesta segunda-feira, dia 25/05, e foi escoltado por embarcações da Força Armada Nacional Bolivariana. Esse já é o segundo navio iraniano que entra na Venezuela. O primeiro a chegar foi o Fortune, no último sábado. Faltam mais três navios, sendo que todos os cinco devem trazer um total de 1,53 milhões de barris de combustível, necessários para suprir a demanda da Venezuela, que tem sido severamente prejudicada pelo bloqueio econômico criminoso imposto pelo imperialismo norte-americano.
Em abril deste ano, como forma de garantir o cumprimento do bloqueio, o governo de Donald Trump enviou navios militares para o mar próximo da costa venezuelana, alegando que seria apenas para combater o narcotráfico. Essa é uma das desculpas – a outra é o tal combate ao “terrorismo” – comumente usadas pelo imperialismo para intervir ilegalmente em outros países desde o fim da Guerra Fria.
Considerando que os EUA acusaram ridiculamente o presidente Nicolás Maduro de tráfico internacional de drogas e a IV frota norte-americana está perto da Venezuela para supostamente combater esse “tráfico”, a ameaça contra o território venezuelano e qualquer país que ouse ajudar a república bolivariana não é fictícia.
Mas a chegada desses dois navios iranianos, desafiando o bloqueio naval norte-americano, mostrou que não se deve recuar com medo desse tipo de ameaça. O Irã, país que também sofre há anos com sanções econômicas impostas pelo imperialismo, e por ser economicamente mais desenvolvido que a Venezuela, foi capaz de entregar o combustível necessário. E isso tende a estimular novas remessas, pois ficou demonstrado que, apesar das ameaças, o poderio dos EUA pode e deve ser enfrentado.
Ações desse tipo mostram que o nível de união entre os países do Oriente Médio é muito maior do que aqui na América Latina. Os países do Oriente Médio tem sofrido com a drenagem de suas riquezas por parte do imperialismo desde o final da Primeira Guerra Mundial – quando foi desintegrado o Império Turco Otomano – de forma ininterrupta. Para que isso se efetivasse, a autodeterminação desses povos foi sistematicamente subvertida. O Irã, que até 1979 era um país servil aos EUA, fez sua revolução e desde então tem sido peça importante na luta contra o imperialismo no Oriente Médio e cada vez mais – como vimos agora – no resto do mundo.
Esse nível de união deve transbordar para todos os povos oprimidos do planeta, o que sem dúvida poderá barrar qualquer provocação ou ameaça do imperialismo, como ficou demonstrado pelo sucesso desse intercâmbio entre Irã e Venezuela debaixo das barbas dos EUA. E para que essa união se concretize, os trabalhadores da América Latina e do mundo todo devem se mobilizar.