No último domingo (23) viralizou nas redes sociais em todo o mundo o vídeo de mais um crime cometido por policiais norte-americano contra um negro completamente indefeso.
A ação policial criminosa ocorreu na cidade de Kenosha, estado de Wisconsin.
Segundo testemunhas, Jacob Blake, de 29 anos, passava pelo local em seu carro, juntamente com seus três filhos, quando avistou uma briga envolvendo duas mulheres e parou o carro para apartá-la. Ao retornar para o veículo, foi alvejado pelas costas por, pelo menos, sete disparos de armas dos policiais que chegaram naquele momento ao local. As três crianças presenciaram toda a cena.
Vários manifestantes saíram às ruas em protesto contra a ação policial de caráter claramente criminoso e racista.
Jacob Blake foi hospitalizado e submetido a uma série de procedimentos cirúrgicos, mas, apesar de sobreviver aos disparos, ele se encontra paralisado da cintura para baixo, em consequência dos sete tiros que recebeu.
Ontem, o pai de Blake o foi visitar no hospital e ficou indignado ao constatar que, apesar de se encontrar paralisado e, portanto, não apresentar nenhuma condição para fugir de seu leito no hospital, seu filho se encontrava algemado.
O pai imediatamente questionou essa situação injustificável: “ele não pode ir a lugar nenhum. Por que você o algema na cama?”, perguntou.
Em entrevista ao jornal “Chicago Sun-Times”, o pai da vítima contou na terça-feira (25) que os médicos ainda não sabem se a lesão será permanente. “O que justificou todos aqueles tiros?”, questionou. “O que justificava fazer isso na frente dos meus netos? O que estamos fazendo?”
Assim como ocorre no Brasil, os negros norte-americanos se tornaram o principal alvo da violência e truculência policiais. Além da questão racial, o que se coloca é a perseguição implacável do estado capitalista, através de seu aparato policial, contra a população trabalhadora, mais pobre e oprimida. Os negros simbolizam essa condição de subalternidade da população operária no sistema capitalista em decorrência de seu passado de escravizados durante o período colonial. A fácil identificação de sua origem proletária através de suas características físicas, faz com que os negros e latinos sejam implacavelmente perseguidos pela polícia norte-americana.
A população negra norte-americana, contra a ilusão – de caráter identitário, de que o racismo contra ela diminuiu – recomeça em todo território norte-americano a luta histórica contra o estado capitalista, através de inúmeros atos e manifestações contra sua opressão.