Recentemente o povo iraquiano, e também o iraniano, sofreu, dramaticamente, as consequências da ocupação de suas terras pelo exército norte americano, que, a pretexto de combater o Estado Islâmico, invadiu e instalou bases militares, do que se sucederam várias manobras, dentre as quais se sobressaíram os bombardeios que mataram militares iraquianos e iranianos em Bagdá, em especial o general Qasem Soleimani e membros das Forças de Mobilização Popular, também de milícias pró-Irã.
A morte do general tirou muita gente de casa no Irã, provocando uma manifestação gigantesca contra a presença dos Estados Unidos no Oriente Médio, com gritos de “Morte aos EUA”, queima de bandeiras americanas, e também de tristeza pela morte de Soleimani, um de seus líderes. O episódio provocou uma escalada nas relações entre o Irã e os EUA e elevou o nível da tensão mundial.
Como resposta, o governo iraniano bombardeou de volta as base americanas, episódio esse também conhecido de todos, mas que não resultou na retirada do exército americano.
A isso se seguiu uma moção aprovada pelo Parlamento iraquiano exigindo a retirada das tropas americanas da região.
Trump, condicionou a saída das tropas ao pagamento das despesas do exército, como se a invasão fosse um benefício à região, e não um insulto à soberania iraquiana, e mais não fez do que reorganizar o exército na região.
À recente implantação pelos EUA dos sistemas antimísseis Patriot em uma de suas bases na província ocidental de Al-Anbar, obteve da coalizão iraquiana Al-Fath veemente manifestação de oposição enfatizando que o país não deve se submeter aos planos dos Estados Unidos.
Hamed al-Musavi, representante da coalizão Al-Fath (uma das facções políticas iraquianas com o maior número de deputados), declarou nesta sexta-feira, que: ” O governo dos Estados Unidos, após sua derrota para levar as unidades de mobilização popular (Al-Hashad Al-Shabi) do Iraque para a guerra, passou a combater o povo iraquiano e atacar a infraestrutura deste país árabe “, e insistiu dizendo que a autodefesa dos grupos de resistência e Al-Hashad Al-Shabi contra as conspirações do país norte-americano deve continuar. Disse ele: “Você não deve se submeter aos planos americanos de colocar o país em guerra”
O governo iraquiano denunciou repetidamente que a medida dos Estados Unidos viola a soberania do país árabe e pediu a Washington que esclareça os verdadeiros objetivos que busca com esta decisão.
Mas a determinação pela invasão e colonização da região é uma certeza que se expressa por diferentes relatórios indicando que Washington está reunindo suas tropas, dispersas por todo o Iraque, em suas principais bases no território do país árabe, como Ain Al-Asad, na província ocidental de Al-Anbar, em resposta aos seus planos de atacar posições de Al-Hashad Al-Shabi.
As forças populares iraquianas, no entanto, afirmaram que os EUA travaram com eles uma “guerra psicológica”, e ainda disseram estar cientes dos planos de Washington dentro e fora do Iraque, e, mesmo assim, não esconderam a disposição de enfrentar qualquer ataque de Washington, muito pelo contrário.
Isso tudo nos levar a crer que o governo dos EUA não são os propalados paladinos da justiça, os heróis destemidos como muitos entendem, defensores da paz e da democracia, e de caráter inquestionável. Eles não só não desrespeitaram a decisão do parlamento iraquiano e de seu governo, que exige a imediata retirada das forças norte-americanas da região, como também, completamente indiferentes a isso, passaram a se reorganizar e reforçar as antigas bases.
A invasão militar do Iraque é uma afronta não só ao Iraque, Irã e demais países do Oriente Médio, mas também a todos os povos do mundo que buscam uma vida independente, sem o saque imperialista e a destruição de suas culturas, como vem sendo feita pelos norte-americanos na região, e sempre com o pretexto de combate de terroristas, e escondendo seus reais motivos e que visam o controle do maior reservatório de petróleo do planeta.
O direito de manter suas fronteiras intocadas, suas terras desocupadas de invasores, e livre o seu território para nele impor as leis e diretrizes decididas democraticamente pelos seus cidadãos e representantes, não poderia ser contestado por país nenhum, muito menos sob ameaça de seu poderio militar, sob pena de não existir mais no mundo, limites contra a desordem e tirania norte-americana, que, dessa forma, faz de todos os povos economicamente mais fracos, seus serviçais, transformando seus territórios e um quintal para o seu desfrute, um lugar para se ocupar, extrair o que bem entender, e escravizar seus cidadãos com salários muito baixos, endividamento bancário, e altas taxas de impostos.
De fato não poderíamos ter maculado esses direitos. Mas, infelizmente, é assim que a vida é, porque é assim que o imperialismo norte-americano funciona. Não existe no mundo vontade soberana que se sobreponha à do imperialismo norte-americano, que, quando não invade, toma e transforma em colônia, conspiram com golpes de Estados para que os governantes sejam os seus eleitos, e as decisões dos parlamentos contemplem as suas necessidades.
E não tem sido assim também no Brasil!?
Se por um lado, a palavra de ordem dos EUA é no sentido de separar, dividir, e fragmentar a força de união dos povos do oriente médio para que sempre se sobreponha, por outro lado, os povos oprimidos precisam denunciar as ameaças desse poderio tirânico, exigir a imediata retirada das tropas norte-americanas da região, e nunca deixar de lado o fortalecimento com a união dos povos do Oriente Médio, para que juntos possam repelir a ameaça de invasores como os destruidores EUA.