O Governo Federal irá extinguir o já limitadíssimo benefício do auxílio emergencial em duas semanas. O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, informou na última quinta-feira (18) que em dois de julho se encerra o período de cadastramento para solicitação do chamado “Coronavaucher”, ou seja, o programa está encerrado no auge da crise. Todo o programa aliás foi feito de maneira irregular, incompetente e burocrática; ainda constam 2, 7 milhões de cidadãos que solicitaram o benefício e ainda não conseguiram receber nem a primeira parcela, sendo que 1,5 milhões ainda aguardam análise e outros 1,2 milhões que tiveram o benefício negado de maneira arbitrária, sem contar o valor que é absolutamente irrisório.
Nem a implementação do programa, nem o movimento para extingui-lo é fortuito, mas parte da política do governo Bolsonaro, que expressa a política da burguesia de conjunto, de retorno à “normalidade” econômica no país o mais rápido possivel e sem gerar o que consideram excessivo gasto, ainda que o retorno seja feito no ápice da pandemia, tanto no que diz respeito ao contágio e como às mortes. Essa política foi expressa por Paulo Guedes, ministro da economia, a cerca de um mê ao afirmar: “Se falarmos que vai ter mais três meses, mais três meses, mais três meses, aí ninguém trabalha. Ninguém sai de casa e o isolamento vai ser de oito anos porque a vida está boa, está tudo tranquilo. E aí vamos morrer de fome do outro lado. É o meu pavor, a prateleira vazia”.
O governo Bolsonaro não tem por objetivo, evidentemente, proteger a população nacional do vírus e da crise econômica, mas justamente ao contrário, sacrificar o povo no altar do lucro capitalista. Em todo o período da pandemia, o governo Bolsonaro tem trabalhado com afinco para impedir de todas as maneiras que os recursos públicos sejam utilizados em benefício da população brasileira, de sua saúde e de seu bem-estar financeiro.
Todas as medidas que o governo lançou mão nesse período e em geral tem sido para “proteger” os capitalistas em detrimento dos direitos dos trabalhadores, para minorar a queda da taxa de lucro das grande companhias, com subsídios para os capitalistas, eliminação de direitos para os trabalhadores; isso organizado em MPs como a 936 e 905, por exemplo.
No campo do combate ao vírus, no entanto, o governo não fez absolutamente nada, assim como os governadores, que apenas procuraram fazer um jogo de cena, Bolsonaro nem isso. Tem sido o principal adversário do combate ao vírus no país. O objetivo político do governo pode ser reduzido a está frase: para o povo nada, para os capitalistas tudo.
O governo Bolsonaro constituem assim o principal inimigo, um inimigo mortal ao desenvolvimento de uma política sanitária e de recuperação econômica que atenda os interesses do povo de imediato. É de sua inteira responsabilidade as proporções que a pandemia tomou no país e que tende a se agravar com a abertura da economia, e não é de maneira alguma exagerado classificá-lo de genocida, pois as mortes de dezenas de milhares de pessoas são resultado da sua política e nem de classificá-lo como inimigo número um do povo brasileiro.
É preciso que a esquerda nacional se unifique na luta e discuta um programa para saída da crise, um amplo movimento pelo fora Bolsonaro e com reivindicações democráticas claras. É preciso colocar-se de imediato contra a reabertura econômica, aumentar o isolamento social, estendendo-o a todas as camadas sociais, manutenção do salário integral durante o isolamento; confisco e estatização das empresas que não quiserem pagar os salários dos funcionários, auxílio emergencial pelo tempo que durar a pandemia e para todas as pessoas sem renda ou impedidas de trabalhar; valor do benefício aumentado segundo salário básico do DIEESE, oferta de crédito para pequenas empresas. Essas são algumas propostas para um programa de luta, que deve ser discutido urgentemente.