Ontem (05), o MBL tentou ir à Praça Saens Peña, no bairro Tijuca, do município do Rio de Janeiro para defender a reforma da previdência. Reforma que promove mais uma destruição nos direitos dos trabalhadores, o direito de que trabalhadores se aposentem. O grupo já havia tentado um ato parecido dois dias antes e que foi igualmente rechaçado pelos militantes presentes, na Cinelândia, praça tradicional de manifestação dos trabalhadores. Os “militantes” desse grupelho são de tamanha desfaçatez que têm a audácia de ir às ruas e praças – lugares onde historicamente são defendidas as pautas do povo – para tentar convencer os trabalhadores de que esse ataque na previdência social será benéfico para os mesmos, escondendo o real interesse que está por trás da política fascista que eles levam: destruir todas as conquistas da luta dos trabalhadores em prol dos interesses burgueses por quem esses fascistas são financiados.
Quando os militantes do PCO do Rio de Janeiro e os comitês de luta contra o golpe chegaram na praça, já havia alguns fascistas com blusas escritas “MBL” ou “Bolsonaro presidente” sentados na praça. Os militantes do PCO organizaram a venda de jornais e a distribuição dos materiais da campanha “Fora Bolsonaro e todos os golpistas/Liberdade para Lula” o mais próximo possível do grupo, de modo a fazer frente à política desses fascistas. Com medo dos militantes de esquerda, os fascistas organizados foram fugindo aos poucos para o outro lado da praça. Os militantes de esquerda tiveram de mudar de posição levando todos os seus materiais para o meio da praça, novamente bem próximos da organização fascista e os militantes cercavam os fascistas por todos os lados impossibilitando que os trabalhadores tivessem contato com a política deles antes que tivessem contato com a política dos trabalhadores. Eles ficaram aterrorizados com a situação e logo foram pedir socorro ao Tijuca Presente, operação policial armada financiada por instituições privadas que atua em bairros de classe média e na região central da cidade para reprimir moradores de rua, camelôs e qualquer outro tipo de “elemento suspeito”, que os escoltou até o final do ato.
Dada toda essa situação, logo os trabalhadores perceberam quem estava do lado de quem e tomaram o lado dos militantes de esquerda. Uma das pessoas em situação de rua da região relatou que o Tijuca Presente acorda todos os moradores de rua às 8 da manhã aos socos e pontapés. Então se a política fascista está com essas organizações (aparato de estado e organizações direitistas), os moradores de rua, os pobres e os trabalhadores certamente não devem estar com eles, e foi exatamente isso o que aconteceu. Em certo momento, a situação esquentou ao ponto de toda a praça ir contra eles, e foram obrigados a recuar pela segunda vez, ficando extremamente isolados na beirada da calçada. Sofreram um repúdio tamanho que o Tijuca Presente precisou pedir reforços. Os moradores da região informaram que esses policiais (civis e militares) só ficam disponível naquela área de 8 da manhã às 8 da noite, e que logo não haveria ninguém mais que os protegesse. Os locais junto aos militantes da esquerda começaram a repreendê-lo com essa informação, com gritos de “depois das oito a rua é nossa”.
Em certo momento a pressão foi tamanha que os próprios agentes do Tijuca Presente recomendaram que deixassem o local, visto que em breve seu expediente se encerraria e os “militantes” do MBL estariam desprotegidos.
O grupo fascista conversou durante algum tempo com uma jovem de esquerda e conseguiu a atenção de uma meia dúzia de coxinhas que passavam pelo local. O bairro é conhecido por ser uma região com uma quantidade considerável de direitistas e também por ser o local onde os filhos de Bolsonaro cresceram e estudaram, mesmo assim, a direita não conseguiu se impor nesse domingo. Após a baixíssima receptividade para com a direita e a forte atuação de panfletagem e venda de jornal dos militantes de esquerda, o grupo se retirou às sete da noite, bem antes do horário em que os agentes do Tijuca Presente deixariam o local, deixando claro mais uma vez a impopularidade da política direitista de ataque ao trabalhador.