Rui Costa, em seu segundo mandato como governador da Bahia sob a legenda do Partido dos Trabalhadores (PT), anunciou, no final de janeiro, a indicação de Danilo de Melo como subsecretário de Educação em sua gestão.
Danilo de Melo, também conhecido como “Professor Danilo”, foi ex-secretário de Educação durante o mandato do ex-prefeito de Palmas (TO), Carlos Amastha. Segundo ele, a sua meta é elevar a baixa pontuação nos Índices de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) na Bahia, ampliar a atuação governamental a favor do ensino integral e profissionalizante.
Carlos Amastha (PSB), por sua vez, é um político e empresário nascido na Colômbia, mas naturalizado brasileiro. É um empresário que atua no ramo da educação à distância e de shopping centers. É também diretor-presidente e fundador do “Grupo Skipton”: companhia da área de lazer e entretenimento que existe desde 1999.
Tornou-se alvo da Operação Moeda Verde, quando, na ocasião, foi indiciado pelos crimes de “falsidade ideológica” e participação em “advocacia administrativa”, que é quando um funcionário público em seu cargo patrocina, direta ou indiretamente, o interesse privado se utilizando da administração pública (artigo 321 do Código Penal Brasileiro). O inquérito chegou a tramitar no TRF4, em segredo de Justiça. Porém, acabou sendo arquivado em 2015, deixando Amastha, assim, fora de ser um alvo da investigação.
Foi eleito duas vezes como prefeito de Palmas, capital do Tocantins, e assumiu o cargo até 3 de abril de 2018, dia em que renunciou. Amastha alegou que o motivo da sua renúncia era para “disputar as eleições para o governo do estado”.
Contudo, no mês de maio, seu pedido de candidatura chegou a ser negado pelo TRE e pela PGR. Em agosto, chegou a declarar publicamente que desistiria da disputa, mas voltou atrás na sua decisão e, finalmente, em uma convenção, teve sua candidatura confirmada e recebeu o apoio do PSDB. Tantas idas e vindas de Amastha com relação a sua participação na disputa eleitoral torna esse caso, no mínimo, muito estranho e suspeito.
A ala à direita do PT, formada por Haddad e o próprio Rui Costa não mobilizaram para defender a ex-presidenta Dilma contra o processo fraudulento do impeachment, não se uniram para defender a candidatura do Lula, substituindo-o por um elemento não-combativo, como o Haddad, e agora estão procurando desmobilizar a esquerda para ela não lute contra o governo Bolsonaro, tentando adaptar o setores de esquerda à política bolsonaristas.
A indicação do Danilo de Melo por parte do Rui Costa, é um exemplo de como a ala direita do PT está se camuflando. Na verdade, o objetivo da direita na Bahia é atacar a Educação, com a desculpa de “melhorar o ensino”. A direita quer tornar ainda mais precária o ensino público no estado para estender o seu programa de privatizações, levar a população para o ensino privado, reprimir a revolta do povo, dos professores e dos estudantes diante da piora das condições de vida e do sistema de ensino causada pelos golpistas.
Não se pode haver nenhum tipo de acordo com os golpistas. A única saída para a educação é uma ação revolucionária, combatendo a direita e toda a “caça às bruxas” que vem sendo posta em prática contra os professores, funcionários da educação e estudantes de esquerda. Combatendo toda tentativa de repressão ao pensamento crítico, à liberdade de pensamento e toda forma de obscurantismo. Fora Bolsonaro! Fora todos os golpistas! Abaixo o golpe contra a educação! Liberdade para Lula!
