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MES/PSOL

Esquerdistas campeões no apoio à lava jato defendem STF e atacam Lula

Psolistas vêm situação caminhando para um acordo, no momento em que cresce tendência à polarização e enfrentamento

Em nota publicada no seu sitio na internet (Movimento), no último dia 8, intitulada “Lula livre: a necessidade da unidade contra Bolsonaro e de construir uma nova esquerda”, o Secretariado Nacional de uma das principais corrente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), o MES (Movimento Esquerda Socialista), manifesta-se sobre a situação a partir da libertação do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

A nota do MES elogia e embeleza a decisão do STF, assinalando que “a decisão do Supremo teve bases constitucionais” e que a mesma seria “um triunfo democrático contra manipulações políticas” ao mesmo tempo em que assinala que “obedece a uma nova situação política”, ou seja estaria determinando por manipulações políticas e que “a estratégia de Lula de cooperação com bancos, empreiteiras e grandes capitalistas foi uma orientação que desarmou a classe trabalhadora, organizando uma derrota que não foi de proporções históricas” e que “com Lula livre, o bolsonarismo vai se colocar como quem defende a justiça”. Assim, a libertação de Lula que seria “uma vitória”, segundo o MES, ao mesmo tempo significaria uma grave ameaça para a esquerda e para os explorados uma vez que a direita estaria procurando um acordo político com a esquerda, via Lula, estrategicamente disposto à colaboração com os golpistas.

O MES, apesar de assinala que há uma “uma nova situação política na América Latina ” uma vez que a burguesia, ao contrário do que dizem, não está procurando um acordo político com a esquerda, mas as sua derrota e o seu esmagamento – se possível – como se vê no caso do golpe militar na Bolívia, no bloqueio e ataque sistemático à Venezuela e em toda a América Latina.

Lula não foi retirado da prisão, por um acatamento do que estabelece a Constituição, coisa que não foi decisiva em nenhum julgamento do STF e de todo o judiciário golpista em todo o período recente (para não ir mais longe) e tampouco para realizar um grande acordo com a burguesia, embora é claro que há uma pressão de setores da direita e da esquerda burguesa e pequeno burguesa para que ele atue nesse sentido, como no caso dos defensores de uma “frente ampla”, incluindo o PSOL, que defendem um entendimento com setores golpistas, diante do agravamento da crise.

Justamente o oposto. O ex-presidente foi colocado em liberdade (“provisória”, uma vez seguem os processos criminosos e a cassação de seus direitos políticos) por conta da crescente pressão popular, manifesta – enter outros – na mobilização realizada pelos Comitês de Luta em todo o País, com destaque para o ato que reuniu mais de 5 mil pessoas no último dia 17/10, em Curitiba, por ocasião do aniversário do ex-presidente, para o que o PSOL não mobilizai ninguém. Sua soltura é resultado também da crise interna da burguesia, que tinham elementos presos em segunda instância, e que se vê cada vez mais dividida diante do fracasso do governo ilegítimo de Bolsonaro de conter minimamente o avanço da crise econômica e política.

É claro e notório que a burguesia gostaria como afirma a nota do MES de “estabelecer uma para para estabilizar a situação”, isto é, gostaria de conter a polarização política – de novo, como setores da esquerda como o PSOL, que combatem a “cultura do ódio”, o enfrentamento das massas contra os golpistas, que buscam em entendimento com os que “lutam contra a corrupção” etc. -, mas também e notório que a saída de Lula da cadeia coloca “lenha na fogueira” – independentemente da vontade pessoal de Lula e da esquerda -, vai aumentar a polarização e não contê-la. Em outras palavras, não há o acordo político, mas uma intensificação da luta de classes.

Ao criticar o que classifica como papel conciliador de Lula, o MES defende que o PSOL como um “polo de esquerda”, procurando situá-lo à esquerda do ex-presidente e do PT, ocultando que além de não participar da luta pela libertação de Lula (um aspecto central da atual etapa política) e não falamos aqui de fazer discursos em reuniões ou em atos, ou tirar fotos ao lado de Lula para angariar prestígio nas campanhas eleitorais, mas de mobilizar contra a criminosa operação lava jato e suas condenações fajutas, o Partido e, mais decididamente, o MES, foi sempre um dos principais defensores da farsa da operação de “combate à corrupção” como anunciado pela direita.

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Dirigente do MES e ex-candidata presidencial do PSOL (2014), exalta Dallagnol

No próprio sítio do MES, pode se ler dezenas ou centenas de páginas de elogio e exaltação da lava jato.

Em 2016, poucos dias depois da votação do impeachment da Presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, o MES enaltecia “a luta contra a corrupção (que foi fortalecida em junho de 2013 com a aprovação no Congresso de leis que serviram para aprimorar as investigações) e a defesa da Operação Lava Jato (OLJ), [que] ademais, semeiam o enfrentamento contra os governos burgueses” (26/04/2016).

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Freixo, uma das liderança do PSOL, exalta uma das ações da lava jato

Entusiasticamente o MES ainda afirmava no mesmo texto que “a Globo tratará de dizer que o auge da Lava Jato já foi atingido, que Dilma até já caiu. Assim irá tirar a Lava Jato do centro do noticiário. Ou seja, os dois blocos de poder querem terminar com a Lava Jato mais cedo do que tarde. Contra estes dois objetivos, o apoio à Lava Jato é uma necessidade“.

O MES nunca abandonou essa posição e não se cansou de apontar aspectos supostamente positivos da fraudulenta lava jato, por exemplo, ao afirmar que “a nova etapa da Operação lava Jato nocauteou Temer, colocando-o contra as cordas” e que a “operação Lava Jato permitiu este novo salto na crise política do regime da nova república agonizando” (25/05/2017)

 

 

Buscando de se apresentar como alternativa a Lula e ao PT, o MES atuou como apologista da lava jato e assinalou que “as revelações da Lava Jato deixaram claro. Lula, por sua vez, converteu-se numa espécie de lobista e relações públicas internacional de multinacionais brasileiras como a Odebrecht e a Vale” (7/4/2018) lamentou o desgaste da lava jato, pelo que procurou responsabilizar o PT: “a Lava Jato já está perdendo força, vítima da política de desmonte do combate à corrupção patrocinada pelo governo Temer em conluio com a cúpula petista“.

Sua apreciação da situação atual evidencia que não mudou em nada sua política reacionária de apreciar a situação do ponto de vista dos seus interesses e ilusões e não do ponto de vista da luta de classes.

 

 

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