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Agentes do imperialismo

Mensagens de Dallagnol: suspeição de Moro não é só no Tríplex

As mensagens vazadas das conversas entre Sergio Moro, Deltan Dallagnol e os procuradores da Lava Jato são provas de uma conspiração internacional contra o Brasil

Na semana passada o STF decidiu liberar à defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as mensagens vazadas da operação Lava Jato, que mostraram que os juízes Sergio Moro e Gabriela Hardt conspiraram com os membros do Ministério Público para condenar Lula nos casos do tríplex de Guarujá e no sítio de Atibaia.

Estas mensagens foram as provas dos processos fraudulentos que foram impingidos ao ex-presidente Lula, que desde o início partiram de acusações sem base alguma na realidade. Essas mensagens foram conseguidas por um grupo de hackers, liderado por Walter Delgatti Neto em 2019, que invadiu as contas dos membros da Lava Jato no aplicativo Telegram.

Estes hackers passaram o material conseguido no Telegram ao jornalista Glenn Greenwald, do jornal online The Intercept, que publicou uma série de 30 reportagens, onde se constata que Sergio Moro, desde o início, sempre teve muita proximidade com a Promotoria, indicando movimentos, sugerindo modificações e estratégias, adiantando decisões, cobrando agilidade em novas operações e até mesmo impedindo Lula de dar entrevistas por medo de que ele ajudasse Fernando Haddad nas eleições presidenciais de 2020.

Sabedores da fragilidade das acusações feitas contra Lula, Moro e a promotoria combinaram previamente elementos do caso.

O caso do tríplex do Guarujá

Este foi o caso que levou Lula a ser preso por Sergio Moro em 7 de abril de 2018.

Ainda em 2010 o jornal O Globo já havia feito uma reportagem sobre um apartamento no Guarujá que seria da propriedade do então presidente Lula. Na ocasião, ainda não havia suspeita de ilegalidade e a construção do imóvel estava atrasada. Em 2016, Lula começou a ser investigado por suspeita de ter recebido propina do esquema de corrupção que supostamente ocorreria na Petrobrás.

O Ministério Público de São Paulo protocolou uma denúncia contra Lula dizendo que ele era o proprietário oculto desse tríplex no Guarujá. No entanto, os autos do processo foram enviados para o juiz federal de primeira instancia Sergio Moro em Curitiba, por entender que o caso era federal e não estadual.

Em 12 de julho de 2017, Moro condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na segunda instância a pena de Lula foi aumentada para 12 anos e um mês. Moro decretou a prisão do ex-presidente no dia 5 de abril, que foi levado à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde permaneceu preso até 8 de novembro de 2019, 580 dias de prisão. A soltura de Lula só ocorreu após o STF considerar ilegal a prisão em segunda instancia.

O material que foi hackeado do Telegram mostra que a operação Lava Jato foi um dos principais instrumentos usados para o golpe de estado no país. E mostra também que o imperialismo americano esteve por trás destas operações, se não mesmo no comando delas.

Em uma das comunicações de Dallagnol, ele diz: “os americanos não querem que divulguemos as coisas”, numa conversa com um assessor de comunicação em 5 de outubro de 2015. Ele estava fazendo uma referência à vinda de 17 americanos que foram para a sede do Ministério Público Federal em Curitiba para reuniões com a força-tarefa. Segundo o The Intercept, foi pela imprensa que o então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo soube da vinda dos investigadores para o Brasil.

Em abril de 2018 os procuradores da Lava Jato comemoraram a prisão de Lula. Dallagnol, em conversa com os procuradores Paulo Galvão e Laura Tessler, comenta que a prisão de Lula é um “presente da CIA”.

Com a prisão de Lula e seu silenciamento forçado, e a sua substituição por Fernando Haddad, ficou fácil o caminho para a burguesia colocar Jair Bolsonaro no cargo de presidente em 2018. Foi algo totalmente lógico que em 1º de novembro de 2018 Bolsonaro convidasse Moro para se tornar o Ministro da Justiça. Foi o pagamento que Moro recebeu pelo trabalho de tirar Lula do caminho das eleições.

Com a saída de Moro da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, quem assumiu os trabalhos da Lava Jato foi Gabriela Hardt, de uma família tradicional de Indaial, Santa Catarina, que tem um histórico de controle da política local, com vários familiares tendo sido prefeitos.

Caso de Atibaia

Recaiu sobre Gabriela Hardt a missão de condenar Lula, mais uma vez, desta vez no absurdo caso do sítio de Atibaia.

Mesmo a escolha do substituto de Moro no comando da Lava Jato foi influenciada por Dallagnol e o Ministério Público. Mais uma vez, pelos vazamentos divulgados pelo Intercept, ficou evidente que houve uma manobra neste sentido.

Foi escolhido o juiz veterano Luiz Antônio Bonat, que já estava afastado da área criminal há 15 anos, uma escolha que surpreendeu a comunidade jurídica, que esperava um juiz mais novo, porque esta era uma vara difícil e cheia de trabalho, que poucos tem vontade de pegar. O MPF manobrou para afastar os juízes “indesejados”. Bonat assumiu o posto, mas quem realmente trabalha são os juízes substitutos. Com isso Gabriela Hardt entrou no comando da Lava Jato.

No caso do sítio de Atibaia, Lula foi acusado de ter sido beneficiado por reformas em um sítio frequentado por ele no interior do estado de São Paulo. Este local era de propriedade de Fernando Bittar, filho do ex-prefeito de Campinas Jacó Bittar. A acusação alegou que Lula seria o verdadeiro proprietário do local e que as reformas teriam sido feitas pelas empreiteiras OAS, Schahin e Odebrecht em troca de contratos com a Petrobrás.

A juíza Gabriela Hardt condenou Lula em 6 de fevereiro de 2019 a 12 anos e 11 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O que ficou muito evidente neste caso é que a sentença escrita pela juíza tinha vários trechos copiados da sentença que Sergio Moro havia escrito na condenação de Lula de 2017.

Há ainda vários outros erros e trechos repetidos, como a citação de um “apartamento”, quando o que estava sendo julgado era um sítio, aludindo à sentença de Moro no caso do tríplex do Guarujá.

Mais uma vez os vazamentos mostraram a manipulação do processo conduzido por Dallagnol. Logo na nomeação da juíza ele escreveu: “há 500 processos com despacho pendentes e Gabriela não sabe o que olhar. Combinei de criarmos uma planilha google e colocarmos o que é prioridade pra gente. Quem quiser que suas decisões saiam logo, favor criar e indicar os autos, prioridade 1,2 ou 3 e Sumário ao lado e me passar o link para eu passar pra ela”.

A Lava Jato foi um instrumento para destruir o Brasil. Para os americanos interessava destruir as empreiteiras que ameaçavam os monopólios no exterior e estabelecer o seu domínio sobre a Petrobrás. Para a burguesia brasileira serviu para tirar o PT do poder e evitar que o partido voltasse ao poder pela via eleitoral. Foi mais uma prova evidente de que o Judiciário é um órgão a serviço da burguesia, que não tem pudores em atropelar a Constituição, inventar crimes e punir os representantes do povo. Com isso conta com a ajuda inestimável da imprensa, que dá cobertura e aparência de legalidade aos seus golpes.

Por isso, a esquerda tem a obrigação de defender o fim de todos os processos da Lava Jato, que sempre foi parcial e se valeu de todos meios ilegais a seu alcance. A restituição dos direitos políticos de Lula é uma questão vital para a derrubada do golpe de estado. Se o imperialismo e a burguesia gastaram tanto dinheiro e esforço para prender Lula e caçar os seus direitos políticos fica evidente para todos que isso deve ser a luta mais básica e importante do momento.

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