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Menos carne para o trabalhador

Menos feijão, mais ovo: a crise capitalista na mesa do trabalhador

Em 15 anos, caiu em 52% a média per capita anual do consumo de feijão. Houve expressiva queda de 70%, 56%, e 42%, no consumo médio de farinha de mandioca, na farinha trigo e leite

“Dez entre dez brasileiros preferem feijão”, assim abria a trilha sonora em 1979, da novela “Feijão Maravilha”. Não é mais assim. Em 15 anos, caiu em 52% a média per capita anual do consumo de feijão. Eram 12,4 quilos (2002/2003), caiu para menos da metade, passou a ser 5,9 quilos (2017/2018). O tradicional prato da mesa dos brasileiros, o arroz com feijão está desaparecendo da mesa dos brasileiros, é o que mostra a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), divulgadas pelo IBGE, nesta sext-feira, (03/04).

O consumo do arroz caiu menos do que a queda do consumo de feijão. Assim mesmo, o arroz está 37% menos presente. A queda de seu consumo anual per capita, baixou de 31,6 quilos para 19,8 quilos.

Entre as possíveis causa, segundo José Mauro de Freitas, analista da pesquisa, está o fato, de aumento de refeições fora de casa, a questão econômica, “variação de preços dos alimentos, e a variação da renda das pessoas”, são importantes e devem ser consideradas.

Calorias

Embora a expressiva queda, o arroz e o feijão continuam muito presentes no dia a dia dos brasileiros, diz o analista. “É importante notar que tanto o arroz quanto o feijão ainda contribuem significativamente na composição das calorias disponíveis dos produtos in natura adquiridos pelas famílias brasileiras. Para as calorias totais, o arroz, por exemplo, contribui com 15,6% e o feijão com 4,3%.”

Houve também expressiva queda de 70%, 56%, e 42%, no consumo médio de farinha de mandioca, na farinha trigo e no consumo de leite. Por outro lado, o consumo de ovos praticamente dobrou, nos 15 anos, houve o expressivo aumento de 94%.

Disparada dos enlatados e bebidas alcoólicas

Alimentos preparados e misturas industriais registraram alta de 56% e as bebidas alcoólicas, de 19%.

Carne não mais, hoje ovo

O ovo, antes visto com ressalva, é o substituto natural, face, a disparada dos preços da carne”, comenta. A pesquisa do IBGE também aponta diferença entre o consumo por classe social e áreas (urbana e rural).

Consumo de pobre. Nas faixas de menor rendimento, os únicos produtos que mostram crescimento foram cereais, legumes, farinhas, massas e pescados.

Consumo de rico. O consumo das pessoas de maior renda mostra bem acima da média, o consumo dos laticínios, hortaliças, bebidas e infusões (chás), frutas, alimentos preparados e misturas industriais.

A região Sul se destaca com o consumo de laticínios, frutas, hortaliças e carnes. Carnes, seu consumo é bastante presente também no Centro-Oeste, assim como cereais e leguminosas.

O Norte consome mais pescados, aves e ovos, farinhas, massas, cocos, castanhas e nozes. O Sudeste, cuja renda per capita é o dobro do Nordeste, mostra consumo acima da média de laticínios, hortaliças, panificados, alimentos preparados e misturas industriais. Por fim, no Nordeste, cuja renda per capita é metade do que o rico Sudeste, o consumo de carne é 10% menor do que as demais regiões, o aumento de consumo é, o das bebidas e chás, e ainda cereais e legumes.

No campo e na cidade

Na área rural, o consumo de cereais e legumes (40,3 quilos) é 45% maior que a média. Também é maior o consumo de farinhas, massas, aves e ovos, açúcares, doces e produtos de confeitaria. Frutas, seu consumo é 28% menor nas áreas rurais (19 quilos). Nas cidades, cresce o consumo de bebidas e infusões, os chás e panificados. O consumo de frutas é 5% maior que a média nacional em regiões urbanas (27,7 quilos).

Os alimentos in natura perdem espaço para a comida processada. Contribuíam os produtos processados, por 12,5% das calorias totais, hoje já respondem por 18,4%. Já os alimentos in natura representavam 53,5% das calorias em 2002/2003. Caíram agora para 49,5%.

Os períodos pesquisados, 2002/2003, marca o início dos governos reformistas do PT. Os anos de 2017/2018, governos do PT, já estavam alijados pelo golpe de 2016. Com o aumento no preço das commodities no mercado mundial, Brasil teve expressivo aumento de renda. Melhorada a economia, os governos do PT, desenvolveram política de relativa melhora nas condições de vida do povo. Boa melhora, se comparado ao período anterior dos anos 90 com FHC.

Os dados históricos da pesquisa mostram que, mesmo com um governo reformista como o do PT, que implementou programas sociais, a mesa do trabalhador apresentou uma baixa de padrão. É evidência da degradação do regime capitalista na fase imperialista, em que as condições de vida do povo pioram.

A aparente melhora pontual, que de fato houve, no período de governos do PT, veio agora abaixo.  A crise de 2008, o golpe de 2016, e o resultado da pesquisa de agora, deixa isso muito claro.

 

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