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São Paulo

Medidas restritivas para superlotação do transporte são uma farsa

Em meio à reabertura econômica, prefeito de São Paulo aposta em medidas demagógicas ao invés de investir de verdade no combate à pandemia.

Outro improviso demagógico de Bruno Covas

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), que há poucas semanas havia improvisado um “super rodízio” de carros, agora lança mão de outra regulamentação meramente demagógica. A imposição da circulação dos carros reduzida a “dia sim, dia não” fracassou em poucos dias, e um dos pontos mais criticados da medida foi justamente que ela impulsionava a lotação do transporte público.

A bola da vez na capital paulista é a circulação de ônibus com “capacidade máxima”, que seria igual ao número de assentos nesses veículos. Com isso, os motoristas não vão parar em alguns pontos dependendo da lotação dos veículos enquanto outros ônibus sairão vazios dos terminais. Isso num cenário onde o próprio secretário municipal de transportes, Edson Caram, reconhece que apenas 65% da frota de ônibus está circulando.

Vale lembrar que no início da pandemia tanto o prefeito quanto o governador, o também tucano João Dória, reduziram criminosamente as frotas de ônibus e trens (incluindo os do metrô). Essa medida absurda aumentou a concentração nos transportes públicos, impulsionando a contaminação entre os trabalhadores mais pobres, que não foram incluídos no #FicaEmCasa.

Limitações práticas da medida

Em primeiro lugar, cabe apontar o óbvio: não haverá fiscalização. Quem vai segurar mais essa bucha serão os motoristas e cobradores, que terão mais um problema para lidar nas suas rotinas laborais, negar o acesso aos seus veículos e lidar com as consequências disso.

Diante da realidade desta cidade na qual muitas linhas circulam com lotação obscena rotineiramente, é claro que uma medida meramente burocrática não resolve o problema da maioria dos passageiros. As pessoas deverão aglomerar-se pacientemente nos pontos de ônibus, chegando atrasadas aos seus locais de trabalho?

Outro ponto importante de destacar é que a medida se restringe apenas aos ônibus municipais, numa cidade onde milhões circulam diariamente nos trens do Metrô e da CPTM. Segundo o secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, não é possível restringir a circulação de passageiros nos trens.

Demagogia para justificar o fim das medidas de isolamento social

Como podemos observar no mundo inteiro, existe um consenso da burguesia em relação à reabertura total da economia em meio às crises econômica e sanitária. O mesmo ocorre no Brasil, onde alguns governadores direitistas ensaiaram uma farsesca oposição à política bolsonarista de reabertura sem disfarces.

Pouco tempo depois dos embates virtuais, os políticos direitistas “científicos” se encaminham conjuntamente à reabertura total. Bruno Covas, ao mesmo tempo em que anunciou a demagógica medida já apresentada nesta matéria, liberou agora o atendimento presencial nas concessionárias de automóveis e escritórios, como os de advocacia e contabilidade, por exemplo.

Enquanto sedem gradualmente às pressões da burguesia, esses políticos vão abrindo mão da única ferramenta de combate à pandemia que se dispuseram a utilizar, mesmo que de maneira pouco abrangente: o isolamento social.

Enquanto lança medidas com efeito meramente publicitário, Bruno Covas é mais um dentre os políticos da burguesia que investem irrisoriamente no essencial, como abertura de novos leitos de UTI, contratação de profissionais de saúde e testagem massiva da população.

Em relação à superlotação dos transportes públicos, tanto ônibus quanto trens, a medida concreta que precisaria ser adotada é a ampliação das frotas e da circulação destes veículos e não a imposição meramente burocrática de “capacidade máxima”. É necessário ampliar a “capacidade máxima” ampliando a oferta de transporte público.

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