O sindicato dos Médicos de São Paulo, entidade que representa os médicos que atuam no sistema de saúde da maior parte dos municípios paulistas, divulgou uma nota à imprensa na quarta-feira (27) em que denuncia a demagogia eleitoreira do governador João Doria (PSDB) e do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) em relação à questão da vacina contra o coronavírus.
Em um trecho da nota, o sindicato afirma que “a verdade é que não há doses suficientes da vacina propagandeada e vemos o presidente, Jair Bolsonaro, e o governador do estado de São Paulo, João Doria, usarem eleitoralmente sua guerra fútil enquanto milhares falecem”.
O governador não tem uma política séria em relação ao isolamento social e não implementa qualquer política de enfrentamento à doença. A nota diz que “Doria utiliza os critérios de fases de cores ao seu bel-prazer, e assim como o governo Bolsonaro, não garante as políticas públicas para condições de renda, emprego, alimentação e transporte adequadas”.
Um exemplo da ação propagandística do governador é a questão do Hospital Universitário (HU) da Universidade de São Paulo (USP). Conforme o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), o número de trabalhadores do HU está em cerca de 2 mil, incluindo funcionários efetivos, temporários, terceirizados, residentes e estagiários, entre outros. Contudo, somente 200 doses da vacina foram enviadas, o que representa cerca de 10% do total.
João Doria afirmou que haveria vacinação para todos os médicos e demais profissionais que atuam, há um ano, na linha de frente de combate ao COVID-19. A realidade monstra o contrário, que não há vacinação para todos, mesmo para os próprios profissionais da saúde.
A esquerda endossa a política propagandística de João Doria, enquanto que o correto seria expor a farsa levada adiante – com apoio da imprensa capitalista – para ludibriar a população e projetá-lo eleitoralmente. Doria em nada se diferencia de Jair Bolsonaro, são duas faces da mesma moeda. Enquanto a população padece diariamente, pela doença e pela fome, os dois políticos burgueses e fascistas se encontram em um conflito para vem que controlará o Estado e esmagará a população em favor dos bancos e grandes capitalistas.
No ritmo em que a avança a vacinação em São Paulo, o país só seria imunizado em 2053. Os próprios médicos, por meio de seu sindicato, denunciam a farsa em São Paulo promovida pelos tucanos “científicos” e “anti-negacionistas.