Em mais um ataque fascista ao desenvolvimento científico e tecnológico do país, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) publicou portaria no último dia 31/12, limitando a participação de cientistas brasileiros em congressos nacionais e internacionais, de acordo com o artigo 55 da portaria fascista de dezembro do ano passado, esta estabelece que serão permitidos “no máximo dois representantes para eventos no país e um representante para eventos no exterior, por unidade, órgão singular ou entidade vinculada”.
No entanto, a proibição não para por aí, impondo inclusive, que o cientista que se dispor a pagar do próprio bolso os custos de tais eventos não possam participar e se retirar do trabalho durante o período dos eventos científicos. Ou seja, além do ataque à ciência, uma demonstração escancarada do vigor do estado ditatorial em marcha no país.
Carta enviada ao ministério por duas das mais importantes entidades científicas do País,
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), em repúdio ao obscurantismo (mais um) do governo golpista de Jair Bolsonaro, pediu em carta ao Ministro da educação (que fugiu das aulas de português) Abraham Weintraub a revogação urgente da portaria, lembrando que as reuniões científicas são cruciais para a troca de conhecimento e o estabelecimento de parcerias.
De acordo com o presidente da ABC e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Luiz Davidovich: “A portaria foi feita claramente por alguém que não entende como funcionam a pesquisa e os congressos internacionais”, conclui: “Não dá para escolher um pesquisador; é um absurdo isso; falta compreensão por parte do ministério sobre como funciona a ciência”.
A carta esclarece que: “A limitação de participação de, no máximo, dois servidores em feiras, fóruns, seminários, congressos, simpósios, grupos de trabalho e outros eventos no país, e de um representante para eventos no exterior, por unidade, órgão singular ou entidade vinculada, não se adequa à realidade do papel da universidade e das instituições de ensino, pesquisa, extensão, tecnológicas e de inovação no mundo globalizado”.
O documento chama a atenção para o enorme atraso a que o país está sendo submetido: “A restrição contribuirá para o empobrecimento da formação do jovem cientista brasileiro, fato que não ocorre em nenhum outro país que preze pela ciência e tecnologia”.
É necessário impulsionar a luta contra o governo Bolsonaro, com a formação de comitês de lutas em todas as universidades assim como organizar uma grande greve geral no próximo dia 18 de março, aproveitando a mobilização dos professores e da CNTE(Confederação Nacional dos trabalhadores em Educação) e retomar as mobilizações massivas contra o golpe de Estado, pelo Fora Bolsonaro, até a queda dos golpistas.