Em setembro deste ano, o presidente fascista Jair Bolsonaro anunciou a criação de uma carteira estudantil gratuita e digital, apelidada de ID Estudantil, que tem a finalidade de reunir informações sobre todos os estudantes do país e possibilitar o pagamento de meia-entrada em teatros, cinemas e outros eventos culturais. O aplicativo foi disponibilizado ontem (25/11) podendo ser utilizado por qualquer estudante de escola pública ou particular.
A carteira veio substituir a que antes era produzida pela União Nacional dos Estudantes (UNE) em conjunto com a União Nacional de Estudantes Secundaristas (UBES) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), entidades estudantis que cobram cerca de 35 reais pela carteira, sendo ela uma das suas principais fontes de renda.
Seguindo sua linha de atacar as entidades da população organizada, para impedir a resistência popular às políticas neoliberais, o governo está atacando a UNE, cortando uma de suas principais fontes de renda. Está claro que o objetivo de Bolsonaro é tentar enfraquecer as entidades estudantis ao máximo, afinal, A UNE, apesar de sua política ultra moderada e conciliadora, é uma entidade com alto potencial para mobilizar grandes contingentes de estudantes no país inteiro contra a direita, o governo e o golpe.
Como se não bastasse isso, o Ministério da Educação (MEC) anuncia que o ID Estudantil reunirá informações de todos os estudantes, o que evidencia mais uma forma de vigilância sobre eles. Basta lembrar que Bolsonaro, ao lançar a Medida Provisória que criava a carteira, disse que ela serviria para impedir que “algumas pessoas promovam nas universidades o socialismo”.
Apesar da medida ter sido anunciada em setembro, os meses passaram e só vimos uma ou outra nota de repúdio das próprias organizações estudantis. É preciso que a UNE, junto com as outras entidades estudantis e partidos de esquerda, convoque manifestações pelo fora Bolsonaro, pelo fim do governo e suas medidas fascistas que desarticulam não só o movimento estudantil, mas também o movimento operário.