Com a crise do bolsonarismo e o aumento de popularidade de Lula e o retorno do povo às ruas, a direita e extrema-direita articulam o sequestro das mobilizações e aumentam seus arsenais de demagogia no palanque político atual. Após as grandes manifestações de rua contra os ataques e atitudes genocidas do presidente golpista Bolsonaro, que burocratiza a compra das vacinas, superfatura suas compras, ensaia privatizar as riquezas do país e deixa morrer mais de meio milhão de brasileiros, essa direita percebeu que Lula é a alternativa que pode vencer as eleições já no primeiro turno.
Diante da possibilidade de a esquerda voltar a comandar o país, a direita agora, depois de apoiar Bolsonaro nas eleições fajutas de 2018, de ter apoiado o golpe contra Dilma e a prisão ilegal de Lula, vem infiltrar o verde-amarelismo, símbolo do fascismo brasileiro, nas manifestações da esquerda. A esquerda pequeno-burguesa, sem entender essas manipulações ou se fazendo de desentendida, está caindo nesse conto de fascistas e se unindo com eles para combater o fascismo junto com fascistas do como Kim Cataguri (DEM e MBL), Joice Hasselmann (PSL), Alexandre Frota (PSDB) e muitos outros políticos de extrema-direita, apoiadores da cartilha neoliberal e bolsonarista. A aliança da esquerda pequeno-burguesa com esses políticos reacionários é uma verdadeira orgia da frente ampla para limpar a direita neoliberal, que apoia a privatização da Eletrobrás, da Petrobrás, dos Correios e que foi a favor do fim da previdência pública e da reforma trabalhista, que está acabando com os poucos empregos que existem no regime capitalista.
Na última quarta-feira, 30, em Brasília, com amplo destaque da imprensa golpista e reacionária, foi protocolado o 121º pedido de impeachment contra Bolsonaro. Antes, todos esses políticos direitistas abortaram os antigos pedidos, mesmo com Bolsonaro já praticando todas as maldades contra o povo brasileiro e sinalizando que iria intensificar os ataques. Agora, com a iminência das eleições e a queda vertiginosa do presidente nas pesquisas, com a massa popular nas ruas pedindo o fim do governo Bolsonaro, essa direita cínica e fascista procura se unir com a esquerda para manipular o movimento e ver se constrói uma terceira via que não seja Lula e nem Bolsonaro. O MBL, movimento fascista que prega o ódio às esquerdas e ao povo brasileiro, lançou um card pedindo o impeachment de Bolsonaro, se não Lula pode voltar. Esse é o motivo para esses fascistas estarem contra Boslonaro: impedir mais uma vez a chegada de Lula, o maior líder popular do Brasil nos últimos 40 anos, em condições de desmoronamento do regime político para desestabilizá-lo ainda mais.
PDT, MDB, PSDB, PSB, DEM, etc, todos esses partidos golpistas, além do MBL, estão dispostos a prejudicar mais uma vez a esquerda, sobretudo o PT e sua ala lulista, sendo o único partido de esquerda com possibilidade de derrotá-los nas eleições. Ver fotos desses fascistas com partidos que buscam representar os trabalhadores é uma aberração, um perigo para as mobilizações populares. A direita, fingindo ser contra Bolsonaro, com discurso demagógico, quer neutralizar a partidarização necessária do movimento e dominar os atos, usando a bandeira verde-amarela, um símbolo nacional, ou seja, “de todos”, para tirar o vermelho e a luta da população. Se esses golpistas forem vitoriosos nessa estratégia, o prejuízo para a esquerda será inestimável, uma vitória dos reacionários. Essa turma ainda não venceu, mas se a esquerda pequeno-burguesa não acordar o resultado pode ser catastrófico para o movimento do Fora Bolsonaro, inclusive beneficiando o próprio fascista que nos governa.
O Partido da Causa Operária, único a estar nas ruas desde sempre, sobretudo quando começou a pandemia, estimulou as mobilizações frente à inércia da esquerda e das direções sindicais, não quer necessariamente o comando das mobilizações para si, porém não quer vê-las sabotadas e manipuladas por esses golpistas que agem diariamente contra o povo e a favor da burguesia, podendo inclusive se aliar novamente com Bolsonaro contra Lula. O PCO não assinou o “superpedido” de impeachment, essa orgia, aberração política.
O MBL e todos esses golpistas da direita devem ser escorraçados das mobilizações. Não precisamos deles para derrotar Bolsonaro, nem das instituições burguesas, todas elas bolsonaristas, dispostas a atacar mais uma vez a população. No legislativo, a CPI pode ser apenas um palanque político, pois a maioria dos deputados é da direita. A justiça eleitoral, os grandes meios de comunicação monopolistas, o STF e o Congresso Nacional estão preparados para agir como agiram em 2016 e 2018. Enfim, os trabalhadores não podem acreditar nessas instituições.
Para derrotar Bolsonaro, necessitamos, sim, é do povo nas ruas, com suas camisas e bandeiras vermelhas, com os respectivos programas de luta dos partidos de esquerda e com a presença de Lula para afastar esses oportunistas. A ideia de golpear juntos e marchar separados não pode ser desse jeito feito com o superpedido. Devemos golpear, junto com os partidos de esquerda, o inimigo, mantendo sua independência programática, sem nenhuma aliança com os fascistas, pois a traição pode vir a qualquer momento.