Gabriel Monteiro, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), policial militar e assessor de um deputado do Partido Social Liberal (PSL), foi fazer provocações no enterro da menina Agatha Félix, que foi assassinada, aos oito anos, pela PM do Rio de Janeiro no último sábado (21).
Ao ser questionado por um ativista da Marcha das Favelas sobre as atrocidades da PM, Monteiro deu um soco no jovem e fugiu covardemente em um carro junto com assessores.
Este foi somente mais um episódio de ataques da direita a manifestações de esquerda ou contra a política dos golpistas. Em algumas delas, os coxinhas e fascistas foram devidamente rechaçados e expulsos, mas em outras puderam fazer todo o tipo de ataques, ameaças e provocações, graças à política de “paz e amor” da esquerda pequeno-burguesa.
Essa política de conciliação com a direita, de querer impedir o confronto, só leva a direita a aumentar os seus ataques físicos contra militantes e ativistas de esquerda, bem como contra qualquer indivíduo das camadas oprimidas da população, como LGBTs, mulheres e negros.
Tal foi o caso do fascista Gabriel Monteiro, que se sentiu livre para provocar os familiares no enterro de uma criança de oito anos. A política completamente capituladora e defensiva da esquerda pequeno-burguesa faz com que os fascistas não tenham nenhum escrúpulo em realizar tais ataques.
O combate que a esquerda faz a essas ações geralmente não ultrapassa o limite dos discursos vazios, afirmando, além disso, ser absolutamente contra o “discurso do ódio”. Mas isso não barra os ataques dos fascistas, porque a esquerda quer combater o “ódio” com o “amor”. O fascismo se combate com a autodefesa dos trabalhadores e demais setores populares, a única linguagem que a extrema-direita entende é a da força.
Em todas as vezes nas quais a esquerda recuou diante dos ataques fascista, utilizou a mesma verborragia. Um deputado italiano, quando a ditadura de Mussolini começava a fazer suas primeiras vítimas dentro da esquerda, afirmou que era preciso “ter a coragem de ser covarde”, para fugir. Mussolini permaneceu no poder por mais vinte anos e só foi derrotado graças à grande insurreição popular de características revolucionárias que tomou conta da Itália no final da Segunda Guerra Mundial. Terminou pendurado em local público, de cabeça para baixo, pelo povo italiano. Uma bela demonstração de amor para com o Duce, não?
Já é hora de largar os discursos e partir para a defesa prática. É preciso que, em toda a parte, os militantes, ativistas e a população em geral se organizem em comitês de autodefesa para impedir que a direita repita os ataques e provocações, tanto contra indivíduos como contra manifestações. Expulsar os fascistas dos locais públicos e das ruas, que são do povo e não de seus inimigos!