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"Frente Ampla"

Maus presságios

É possível um palanque comum no 1º de maio, mesmo que virtual, entre Lula, Dilma Rousseff e FHC, Dória e Witzel? Aparentemente é o que advoga as centrais sindicais

Notícias que circulam na imprensa capitalista e golpista indicam que as centrais em nome da “luta contra Bolsonaro”, ou seja, da busca por um grande acordo nacional convidaram ou convidarão para participar do ato virtual de 1º de maio os representantes políticos maiores da direita e da extrema-direita que se dizem de “oposição”, mas estiveram à frente do golpe de 2016 e foram responsáveis por garantir a vitória pela fraude do próprio Jair Bolsonaro.

Esses carrascos do povo brasileiro, como Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Rodrigo Maia (DEM), Davi Alcolumbre (DEM), João Dória (PSDB), Wilson Witzel (PSC), Dias Toffoli, o menino de recados dos generais, presidente do STF, teriam seus espaços garantidos para fazer demagogia com os trabalhadores, justamente quando todos estão empenhados numa cruzada contra o povo brasileiro, a fim de descarregar todo o ônus da crise capitalista sobre a população.

Chama ainda mais atenção, que passadas 48 horas da divulgação do ato da “frente amplíssima”, não tenha havido nenhum comunicado desmentindo as notícias pela Central Única dos Trabalhadores. A CUT emudeceu e novas notícias divulgadas pela mesma imprensa venal, no dia de ontem, dão conta de uma crise no interior da direção Central, por conta da participação de Fernando Henrique Cardoso, pois este já teria confirmado a sua participação.

Em si, caso o ato reunisse apenas as “centrais”, já seria um grave erro político da CUT – uma central que surgiu da luta contra a ditadura e pelo grande ascenso operário do final dos anos 70 e início dos 80 – dividir um mesmo palanque com uma Força Sindical – criada diretamente nos corredores da FIESP para dividir o movimento operário, assim como suas irmãs siamesas UGT e Nova Central ou quando muito para se aproveitar do butim da contribuição sindical dos trabalhadores. Há, ainda, os casos da CTB, Conlutas e Intersindical – as versões “esquerdistas” dos pelegos citados.

Justamente em nome da pretensa unidade entre as centrais é que os setores mais direitistas da CUT materializam, na prática, no campo sindical, a política da esquerda em defesa da “frente ampla”, que significa justamente juntar a esquerda com a direita, oprimidos e opressores, trabalhadores e patrões, não golpistas e golpistas em nome de uma identidade política comum. 

Essa política não é de hoje, inclusive foi um elemento central no desmonte das mobilizações crescentes em 2019 e que evoluíam nitidamente para o Fora Bolsonaro. Naquele momento, o freio era ditado por um acordo com setores marginais da política burguesa. Com a pandemia e a suposto interesse comum no combate à política de Bolsonaro contrária ao confinamento, essa frente ampla se estendeu diretamente aos setores mais direitistas e reacionários, como os governadores de São e do Rio de Janeiro. Notórios fascistas que não deixam nada a dever ao fascista Bolsonaro, entre muitos outros.

É por demais evidente, que a política de frente ampla é na essência a anulação da esquerda diante da direita. É assim diante do combate ao coronavírus, com a esquerda absolutamente acovardada em suas casas e a direita ditando a reabertura total da economia,  o absoluto descaso com a saúde e com a sobrevivência do povo e com a política deliberada de fazer com que os explorados paguem pela crise, ao mesmo tempo em que fazem a farra com o dinheiro público destinado “a rodo” aos bancos e aos grandes empresários. 

Tem, ainda, um outro aspecto, que é a farsa em si da política de frente ampla. Primeiro, com a “unidade” da defesa do confinamento. A burguesia na hora que se unificou em torno da reabertura da economia, seus políticos, “os amigos do povo” saíram que nem cachorrinhos a concordar com a decisão, deixando seus aliados da esquerda a ver navios.

Mais como a subserviência da esquerda é muito grande e procura a todo momento enxergar na burguesia o seu carro-chefe, agora se apega na ideia de que só é possível o fora Bolsonaro com o apoio da direita e, pelo parte dela, defende a ideia. O interessante é que o ato do 1º de maio, que supostamente unifica “no mínimo” todos contra Bolsonaro, sequer cita em sua chamada uma mínima palavra de oposição ao presidente em questão, quem dirá Fora Bolsonaro.

Maus presságios estão a rondar o povo brasileiro. Primeiro pela pandemia que ameaça de morte milhões de pessoas. Em segundo lugar, pelo desejo “incontrolável” que a esquerda tem em se subordinar à política da direita.

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