A crise sanitária gerada pela pandemia de Covid-19, agravada pela política de Jair Bolsonaro e a direita golpista, está colocando toda a população em risco, em especial os indígenas. No Estado do Mato Grosso do Sul, os indígenas estão sofrendo com a total falta de médicos para realizar até os procedimentos mais básicos.
No caso dos indígenas da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indigena), vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS), sofre com a falta de médicos e equipamentos. No polo do município de Aquidauana, que atende os indígenas de três municípios (Aquidauana, Nioaque e Anastácio), há apenas um médico para atender uma população de 7,9 mil pessoas divididas em pelo menos 11 aldeias e uma série de retomadas (ocupações de terras que foram invadidas pelos latifundiários).
As denuncias são muitas e não há condições de atendimentos nem da esquipe de saúde que conta com veículos sucateados e atendem aldeias com distância média de 150 km, mas que podem ser mais que o dobro.
Política de privatização e destruição da saúde realizada pela direita golpista
A responsável pelo atendimento de saúde aos indígenas é a Organização Não-governamental Missão Evangélica Caiuá, sediada na zona rural de Dourados (MS), outra região do Mato Grosso do Sul que sofre com a falta de médicos e péssimo atendimento de saúde. A Missão Evangélica Caiuá possui contratos com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) da ordem de 2 bilhões de reais, sendo que R$45 milhões são para o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) do Estado.
É um modelo de privatização da saúde onde há péssima prestação de serviços, com salários rebaixados e sem médicos.
Os indígenas relatam que após o fim do Programa Mais Médicos e da expulsão dos médicos cubanos, o atendimento médico quase foi anulado.
Essa situação se agrava ainda mais com a chegada do coronavírus para dentro das aldeias, que estão superlotadas devido ao pequeno tamanho e as péssimas condições sanitárias e de pobreza oriunda dos ataques da direita.
A falta de atendimento de saúde, de médicos, de água potável e saneamento básico das aldeias, somadas a fome e miséria, só podem resultar num massacre dos indígenas no Estado.
Essa situação é bem vista pela direita do Estado e pelos latifundiários que estão interessados nas terras indígenas. Portanto, essa crise não é por acaso, justamente porque o Mato Grosso do Sul é um dos estados com mais conflitos por terra em decorrência das invasões de Terras Indígenas realizadas pelos latifundiários. Grande parte ainda não foi demarcada e conta com diversas retomadas.
A situação dos indígenas provam que a política de isolamento social e de lockdown propagandeada pela direita, com a esquerda a reboque, é uma farsa na prática porque somente serve para esconder que os governos da direita não estão tomando nenhuma medida efetiva de combate ao coronavírus. Serve somente para uma demagogia eleitoral na medida que as eleições se aproximam.
É preciso lutar contra essa situação com a organização dos indígenas e de toda a esquerda para derrotar Bolsonaro e a direita golpista com a formação de conselhos populares para exigir e lutar pelas reivindicações neste momento de crise econômica e sanitária.