Anunciada hoje , mas em andamento desde o dia 13 de janeiro, a Operação Resgate libertou 25 indígenas de trabalho em condições análogas à escravidão em Mato Grosso do Sul. Uma das ações foi realizada nesta quinta-feira.
Segundo divulgou o MPT-MS (Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul), responsável pela operação, 22 indígenas foram resgatados há pouco em uma fazenda de Sidrolândia. Os trabalhadores faziam a limpeza de ervas daninhas em uma lavoura de soja.
Outros três trabalhadores indígenas já haviam sido resgatados no último dia 19, em fazenda de Campo Grande. Eles estavam expostos à chuva, enquanto catavam pedras e raízes para limpeza de outra plantação de soja.
Local onde estavam alojados três indígenas em fazenda de Campo Grande.
As equipes de fiscalização identificaram diversas condições degradantes, como falta de alojamento e banheiro adequado; local inapropriado para alimentação; falta de abrigo contra a chuva; não fornecimento de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual); ausência de materiais de primeiros socorros e de registro em carteira.
O trabalho escravo é mais uma das consequências da não demarcação de terras indígenas
A não-demarcação e a revisão das terras indígenas já demarcadas pode levar os indígenas a um processo de miséria absoluta, pois vão ser forçados a saírem de suas terras para morarem em beira de estradas ou nas periferias das grandes cidades. E muitos acabam como vítimas do trabalho escravo.
Os indígenas estão no alvo do governo do fascista Jair Bolsonaro. Bolsonaro está colocando nos ministérios e secretarias pessoas que sempre atuaram contra os povos indígenas. são latifundiários ligados a invasões de terras indígenas e formação de milícias para atacar as aldeias e acampamentos.
Além de extinguir autarquias importantes, como por exemplo a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e criar secretarias ligadas aos ministérios controladas diretamente controladas por militares e latifundiários.
Tudo isso porque os golpistas querem entregar as terras indígenas que possuem riquezas naturais, como recursos genéticos e minerais, para latifundiários, mineradoras, grileiros de terra e madeireiras. É o preço que esses capachos do imperialismo vão ter que pagar para os países estrangeiros que financiaram o golpe de Estado em 2016 e a fraude que levou Bolsonaro a presidência.
Além de ficarem preocupados, os indígenas devem se organizar em comitês de autodefesa para garantir os seus direitos da maneira necessária e pelos próprios indígenas. É preciso se unificar com outros movimentos de luta pela terra e de trabalhadores da cidade para derrotar a extrema direita.