O Movimento “Ocupa UnB”, realizado conjuntamente por estudantes, movimento estudantil e funcionários da UnB (Universidade de Brasília), desde o dia 12/04 mantém ocupado o prédio da reitoria da Instituição.
A ocupação é uma ação de protesto e resistência em defesa da Universidade Pública e de qualidade, dentre as reivindicações está o esclarecimento da questão orçamentária que prevê o fechamento da Instituição em agosto deste ano devido à crise financeira enfrentada pela UnB, que teve seu orçamento atacado com a implementação da PEC 55. O movimento também protesta contra o corte de verbas estipulado para este ano e reivindica a liberação de recursos que deveria ser realizada pelo Ministério da Educação. Além disso o movimento exige a revogação das demissões em massa dos trabalhadores terceirizados.
Como ação de protesto contra as demissões anunciadas pela Instituição, na manhã desta terça-feira, 17/04, integrantes do grupo de ocupação realizaram a apreensão de materiais da empresa terceirizada responsável pela limpeza da UnB. A ação ocorreu em diversos pontos do campus Darcy Ribeiro. O movimento “Ocupa UnB” declarou que a decisão de apreender os materiais foi tomada em assembleia com o objetivo de pressionar politicamente a Reitoria pelos cortes de 231 dos 440 funcionários da limpeza e de 10 dos 16 encarregados.
Em nota publicada logo após a ação, o movimento denunciou que membros da “Ocupa UnB” foram trancados em um dos laboratórios de engenharia da FT por dois docentes. E declaram que receberam uma ligação de apoio a ação realizada, de uma representante do Sintfub. “ESCLARECIMENTO SOBRE O CONFISCO DOS MATERIAIS DE LIMPEZA: Membros da Ocupa UnB foram trancados de manhã em um dos laboratórios de engenharia da FT por dois docentes enquanto se mobilizavam contra o aviso prévio de demissão de 231 trabalhadoras e trabalhadores da limpeza (os materiais de limpeza ficam no laboratório). Os ocupantes usaram uma faca encontrada no laboratório para abrir a porta e sair do local. Em momento nenhum os ocupantes atentaram contra a integridade física de qualquer membro da comunidade acadêmica ou fora dela. Após o acontecido, recebemos uma ligação de apoio, de uma representante do Sintfub, sobre a ação de confisco dos materiais de limpeza em protesto às demissões.”
Em declaração ameaçadora, o chefe de gabinete da Reitoria, Paulo César Marques disse: “Vamos investigar responsabilidade e autoria e tomar as medidas responsáveis e que todas as empresas envolvidas serão questionadas: as terceirizadas responsável pela vigilância, pela portaria e pela própria limpeza da universidade”, a afirmou que os cortes serão mantidos.
Sobre a ameaça feita pelo chefe de gabinete da Reitoria, o movimento se manifestou em repúdio: “Em resposta, a prefeitura do campus protocolou um boletim de ocorrência, tornando nosso ato político passível de criminalização, o que poderia prejudicar as demais pautas do movimento. Sendo assim, foi determinado que se faria a devolução dos materiais, cabendo a responsabilidade operacional ao SINTFUB, no dia 18/04, as 08:00 da manhã. Continuamos lutando contra a demissão dos terceirizados. SEGUIMOS OCUPANDO.”
A retaliação ameaçadora por parte da Instituição, através do chefe de gabinete da Reitoria, quanto à apreensão dos materiais de limpeza, é um pretexto ridículo para atacar a ocupação da UnB.
É decisivo neste momento dar todo apoio aos estudantes e funcionários da UnB e ao movimento de resistência em defesa da Universidade Pública, “Ocupa UnB”, além de mobilizar os estudantes, funcionários e todo o movimento estudantil a criarem Comitês de luta contra o golpe na UnB e em todas as Instituições que estão sendo sucateadas pelos golpistas com os cortes de verbas, com o objetivo de precarizar e justificar privatizações.
Na tarde desta sexta-feira, 20/04, o movimento “Ocupa UnB” fez nova declaração após a mesa pública realizada na tarde de quinta feira 19/04:
“NOTA EM RESPOSTA AOS COMUNICADOS DA REITORIA
Magnífica Reitora Márcia Abrahão,
Lutamos em prol da UnB, em defesa da educação pública, gratuita de qualidade, assim como alega essa gestão. Não temos intenção alguma de prejudicar a comunidade acadêmica – muito ao contrário, nossas pautas visam garantir a continuidade dos serviços da Universidade, de seu legado e excelência. Estamos reivindicando que os direitos dos trabalhadores, entre servidores, terceirizados e estagiários, sejam respeitados, junto à continuidade do preço atual do RU. A Ocupação é um meio político de diálogo, quando o diálogo está inviabilizado.
Dessa forma, sugerimos uma mesa de diálogo para que a reitoria afirme seu compromisso real com as pautas da comunidade acadêmica, conforme apontamos em nota anterior.
Retificamos, ademais, a questão da privatização como pauta da Ocupação. Não a defendemos de forma alguma. Como expresso acima e ao longo de toda a história do Movimento Estudantil, lutamos pela educação pública, gratuita e de qualidade.
Propomos a data de 23 de abril, às 12 horas, na Reitoria, com a presença de estudantes, técnicos, terceirizados e a senhora com seus assessores e demais gestores interessados, para deliberarmos sobre as pautas específicas desse movimento. Ocupa UnB”.
Para acompanhar e apoiar o movimento “Ocupa Unb”, acesse: