Notícias recentes deram a indicação de que duas importantes marcas da burguesia e do imperialismo irão boicotar a Copa América no Brasil. Primeiramente foi a multinacional empresa de cartões de crédito, importante representante do mercado financeiro, a Mastercard. Eles afirmaram, na última terça-feira (8), que sua marca não será exibida à beira do gramado durante os jogos e nem quando os jogadores forem entrevistados. Portanto, estão retirando o patrocínio para o torneio.
Outra marca que retirou seu apoio ao torneio foi o gigante conglomerado de alimentos, Ambev. Eles fizeram o anúncio na última quarta-feira (8), de que retiram o patrocínio e nenhuma de suas marcas será divulgada durante os jogos. Cinicamente, declararam que “a companhia continua com seu compromisso de apoio ao futebol brasileiro”.
Muita confusão já foi feita com relação ao problema da realização da próxima Copa América no Brasil. A confusão é intencional, trata-se de um meio pelo qual a direita se infiltra nas manifestações da esquerda. Enquanto centenas de milhares de pessoas morrem pela Covid-19, o governo esboça a possibilidade de um golpe militar através da articulação das forças de repressão e o país pega fogo em meio aos grandes atos de rua que ocorreram e tendem a crescer no próximo período, um setor da esquerda pequeno-burguesa faz campanha contra a realização da Copa América no Brasil, seguindo a burguesia.
A campanha que se faz é que a Copa América seria um veículo de propagação do coronavírus e, principalmente, que se Bolsonaro está defendendo a realização do evento, então a esquerda deve automaticamente ficar contra. Não se justifica. Primeiro, que já há diversos campeonatos de futebol sendo realizados no Brasil nesse momento, sem nenhuma medida de higiene para conter o vírus, a Copa América será o único desses campeonatos em que os participantes vão tomar a vacina, realizar testes e outras medidas.
Com relação ao fato de Bolsonaro estar defendendo a Copa América, é por uma razão bastante simples, o futebol é algo extremamente popular e o presidente ilegítimo procura se utilizar deste fato para fazer demagogia com a população.
Além do que foi citado anteriormente, já há vários outros sinais claros de que a campanha contra a Copa América realizada no Brasil provém diretamente do imperialismo. Primeiramente, se vê pela campanha febril que a Rede Globo, principal representante dos interesses imperialistas no Brasil, tem feito contra o campeonato. Somando-se a isso o fato de que a emissora não terá os direitos de transmissão dos jogos, ficando para o SBT, que teria uma gigantesca audiência com essa transmissão.
A campanha contra a Copa América é uma armadilha da direita contra a mobilização da esquerda, para desviar a luta pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas. Trata-se de uma pauta extremamente impopular que surge no cenário para procurar afastar os setores mais populares dos atos que vêm sendo realizados, pelo “Fora Bolsonaro”, vacinação da população e auxílio emergencial.
Os setores mais conscientes da esquerda e do movimento operário não devem cair, de jeito nenhum, nesta armadilha. É preciso defender a luta contra o golpe, contra o genocídio da pandemia e pelo “Fora Bolsonaro”, sem permitir que pautas direitistas sejam enxertadas no movimento por elementos confusos ou mal intencionados.
A campanha contra o futebol brasileiro é um expediente típico do imperialismo internacional. Isso é visto também na campanha contra Pelé, procurando dizer que ele seria uma “má pessoa” porque teria abandonado uma filha, ou então que ele não seria um jogador tão bom quanto Maradona ou alguma estrela do futebol europeu. Ou então na campanha contra Neymar, o maior jogador de futebol da atualidade, e contra o qual a imprensa capitalista propaga diversas calúnias e procura sempre retratá-lo como um mau jogador ou uma espécie de “menino mimado”.
Frequentemente a esquerda pequeno-burguesa, por estar totalmente desconectada da classe operária, cai nessas campanhas contra o futebol brasileiro. É um erro gigantesco, que afasta o povo da esquerda e possibilita a demagogia da extrema-direita contra o movimento operário de conjunto.
Nesse sentido, é necessário retirar essa influência direitista e outras muitas que tentarão colocar para sequestrar os atos. É preciso lutar também contra a utilização de símbolos típicos da direita, como as cores verde e amarelo, bandeira do Brasil e outros, que alas mais confusas da esquerda defendem para fazer demagogia, mas que nada têm a ver com a luta popular.
Todo o povo deve sair às ruas de vermelho nos atos do dia 19 de junho, entoando as palavras de ordem do movimento popular, que são “Fora Bolsonaro”, “Vacina já” e “Auxílio emergencial para todos”. Qualquer influência da direita deve ser duramente rechaçada. É preciso ter em mente que esse movimento popular tem a possibilidade de derrubar o governo golpista, portanto deve sempre se mostrar bastante combativo e com uma política clara e correta para a situação. O PCO e os Comitês de Luta convocam todos a participarem dos próximos atos junto ao seu bloco vermelho, com as cores da esquerda e gritando as palavras de ordem ao som da Bateria Zumbi dos Palmares.
