Recentemente foi noticiado pela imprensa burguesa que governos estaduais estão utilizando mão-de-obra de detentos para a produção de máscaras de proteção ao contágio do coronavírus.
A medida mostra o viés capitalista dos governadores, que estão se utilizando da crise para explorar um setor muito massacrado da população, a fração do proletariado que se marginalizou na luta pela sobrevivência dentro do regime capitalista.
Os governadores estão fazendo isso porque os presos não tem escolha – em troca do trabalho recebem alguma diminuição de pena e ¾ de um salário mínimo – por conta disso são a mão de obra mais barata que se pode ter, uma mão de obra escrava.
Prova disso é que os empresários, em geral, não utilizaram seus parques industriais e sua mão de obra para a produção de equipamentos de proteção e higiene. Uma minoria de capitalistas se aproveitou para fazer doações e utilizar a filantropia como campanha de marketing para seus negócios.
A medida é extremamente demagógica, uma vez que esses governadores não soltaram presos provisórios e que não cometeram crimes violentos, no sentido de evitar o que talvez seja o pior lugar da sociedade para o contágio do coronavírus, as aglomerações consequentes das aglomerações nos presídios.
Outro detalhe é que essa iniciativa foi implantada em estados de governadores fascistas, como São Paulo (João Doria-PSDB), Minas Gerais (Romeu Zema-NOVO), Goiás (Ronaldo Caiaso-DEM) e Rio Grande do Sul (Eduardo Leite-PSDB), mas também em estados governados pela esquerda, como o Maranhão (de Flávio Dino-PCdoB), a Bahia (Rui Costa-PT) e o Ceará (Camilo Santana-PT/Ciro). O que mostra uma grotesca coincidência de concepção de como os cidadãos que estão no sistema penitenciário devem ser tratados.
Essa campanha que a imprensa burguesa propagandeia “bonita” e falar que não tem nada disso, pois se a buguesia quisesse tomar medidas que não são demagogia soltariam os presos provisórios ou de crimes sem risco etc para evitar concentração de pessoas nos presídios que ja são superlotados.
A política de utilizar da mão de obra dos presos para enriquecer empresários, que o utilizam presidiários como escravos, escancara que os presídios brasileiros são verdadeiros campos de concentração. É Auschwitz à brasileira!