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Manuzinha da Força foi falar contra a reforma trabalhista no meio de quem apoiou o golpe

O golpe de Estado é uma catástrofe para o povo brasileiro e evoluirá, caso não seja derrotado, para uma condição de verdadeira aniquilação de todos os direitos sociais e políticos da população pobre e trabalhadora do país, dos partidos de esquerda e das organizações populares. Mas a experiência com a desgraça concentrada permite, por outro lado, tirar ensinamentos que em condições normais talvez nunca se atingisse ou poderia levar anos e anos para uma exata compreensão dos mecanismos de opressão da população pelo Estado burguês.

Na política essa evolução é ainda mais rápida. Passados pouco mais de dois anos do impeachment absolutamente fraudulento da presidente Dilma, já é possível, pelo menos para uma parcela expressiva dos setores mais conscientes da sociedade, enxergar qual é a política dos partidos que são a favor do golpe, os que dizem lutar em discurso e os que de fato colocam a luta contra o golpe como uma expressão fundamental da luta de classes.

Aqui trataremos do caso do PCdoB e de sua candidata à presidência da República, nas eleições de 2018, Manuela d’Avila,  que “juram” lutar contra o golpe, mas que na prática se colocam lado a lado com toda a escória golpista.

Em primeiro lugar, é digno de chamar a atenção, que um partido que sempre apoiou o PT em todas as eleições presidenciais, lance uma candidatura justamente quando aquele partido é a vítima número um do golpe. Possivelmente, na história republicana brasileira um partido e seus  dirigentes nunca foram tão enlameados por todas as instituições do Estado com as acusações mais torpes que se possa imaginar. Pior, embora o PT seja a primeira vítima, a perseguição ao partido diz respeito ao aprofundamento do próprio golpe, que para levara à frente a destruição do país em favor do imperialismo norte-americano. Por isso, a necessidade de esmagar o PT, a começar pelo maior líder popular da nossa história, o ex-presidente Lula. Portanto, depois de Lula, de outros dirigentes do PT, será a vez da CUT, movimentos dos sem-terra, partidos de esquerda… inclusive o PCdoB.

Bem que poderia se objetar que trata-se de cegueira política. Mas será isso verdade? Se fosse verdade, por si, já seria criminoso. Um partido que se reivindica “comunista” não poderia colocar seus interesses (abjetos ou não), acima da luta política contra a burguesia golpista. A questão é que o problema vai muito além e o 1° de maio foi bem elucidativo de que política defende o PCdoB e sua candidata.

Em plena agudização do golpe de Estado, quando se multiplicam os atentados fascistas, inclusive com mortes de militantes, como foi o caso da vereadora Marielle, quando o ex-presidente Lula é tratado por policiais fascistas apoiadores de Bolsonaro, portanto corre perigo real de assassinato nas masmorras da Polícia Federal Curitiba, eis que a candidata Manuela, assim como uma pop star da moda faz desfiles relâmpagos em diferentes lugares (no caso, atos de 1º de maio) trocando de roupa de acordo com os patrocinadores da atividade. No ato Força Sindical em São Paulo, uma mocinha recatada com um pingente à mostra, no ato da CUT, em Curitiba, uma “aguerrida” militante com uma camiseta por “Lula livre”.

A conclusão de todo esse “rega-bofe” só pode ser uma. O PCdoB e sua candidata são adeptos de “virar a página do golpe”. O PCdoB sabe que Manuzinha não será eleita, mas tem um cálculo para isso. “Vamos aumentar nossa bancada”, “nossos parlamentares”, “quem sabe até eleger mais alguma governador”. “É vida que segue”. Por um lado, por que não uma boa aparição com os golpistas da Fiesp via Força Sindical, por outro, por quê não chupinhar a candidatura de Lula? Aliás, enquanto palco, nunca é demais lembrar que toda a corja golpista é presença garantida nos atos da Força.

Obviamente, se trata de fazer um pacto com os “cabeças do golpe” que tentam a todo custo minar a candidatura de Lula. Trata-se de usar o “rostinho angelical tipo militante do movimento estudantil” para tirar umas lascas do PT com a demagogia de defender Lula e por outro, ganhar espaço nos meios de comunicação golpistas.

Esse é um dos aspectos da política “abutre” do PCdoB e de sua candidata. Pouco importa, estar no palanque de mão dadas com uma das figuras mais asquerosas do parlamento brasileiro, o capanga da Fiesp, Paulinho da Força. Defensor de primeira hora do impeachment, um depravado que usava as redes sociais para atacar a presidenta Dilma, inclusive como mulher. Um articulador em nome da Fiesp da “Reforma Trabalhista”, um apoiador do verme chamado Temer.

No caso do PCdoB e de Manuela o provérbio bíblico “diz-me com que andas, que te direi quem és”, nunca pareceu tão verdadeiro.

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