A ex-deputada estadual e ex-candidata a vice-presidência na chapa de Fernando Haddad, Manuela D’Avila, militante do PCdoB, acaba de dar uma inestimável contribuição e de prestar bons serviços à golpista Polícia Federal brasileira, pois decidiu entregar o seu aparelho celular aos farsantes que ‘investigam” os supostos responsáveis pela entrega das mensagens ao sítio The Intercept, onde estão contidas as criminosas e comprometedoras mensagens trocadas pelos procuradores e juízes da não menos golpista e persecutória Operação Lava Jato.
“Ontem (quarta-feira), entreguei voluntariamente meu celular para a PF. Eu já havia entregue os prints de todas as conversas. Ontem entreguei as informações do telefone para que fique comprovado a veracidade das informações que prestei voluntariamente em meu depoimento. Por que ninguém mais entregou o telefone”? (FSP, 29/08). A conduta de Manuela D’Ávila é totalmente incompatível e inaceitável para qualquer um que se apresente como de esquerda, pois o gesto da militante do PCdoB, ela própria muitas vezes perseguida e caluniada pela extrema direita do país, é um reforço e também um aval à campanha que os órgãos de repressão, a Polícia Militar, o Exército e a Polícia Federal vem desencadeando em todo o país contra a esquerda, os sindicatos, os movimentos sociais, os partidos de oposição, seus militantes e dirigentes políticos.
À Polícia Federal Manuela confirmou que fez a intermediação entre o suposto hacker, Walter Delgatti e o jornalista Gleen Greenwald, responsável pelo sítio que vem revelando as mensagens da Lava Jato. Em função disso, por sua disposição em colaborar com a PF, Manuela já foi convocada pela Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, tendo o requerimento partido do deputado federal Capitão Augusto (PL-SP), um dos mais ativos componentes da bancada de extrema direita da Câmara Federal, aliado fiel do bolsonarismo.
O legalismo de Manuela D’Ávila, ao se colocar como disponível para colaborar com a Polícia Federal serve única e tão somente para fortalecer ainda mais a política da extrema direita no país; aos órgãos de repressão do Estado; aos perseguidores contumazes da esquerda nacional; aos agentes fascistas da Operação Lava Jato; aos golpistas que arquitetaram a derrubada do governo eleito em 2016.