Da redação – O presidente ilegítimo Jair Bolsonaro voltou atrás, parcialmente, nos seus cortes à verba direcionada às instituições de ensino superior. O anúncio da utilização de recursos da reserva do orçamento federal para cobrir parte dos cortes (que são de 30%) foi feito na tarde de hoje (22).
Trata-se de apenas R$ 1,5 bilhão, o que é insignificante para tampar o buraco dos R$ 29,5 bilhões de recursos cortados pelo governo destinados às universidades. Mas é, de qualquer forma, um recuo, mesmo que pequeno. Isso porque a medida foi tomada a completo contragosto do governo golpista e de seus patrões, os grandes capitalistas e imperialistas.
Isso fica demonstrado com a queda na projeção do PIB, de 2,2% para 1,6% e do aumento da inflação de 3,8% para 4,1%, ou seja, os capitalistas estão descontentes com a medida, que foram obrigados a aceitar, e por isso tentam mostrar (mais uma vez) que o investimento na educação pelo governo “fere os cofres públicos” e a economia nacional.
O certo é que Bolsonaro se viu obrigado a fazer esse pequeno recuo devido à gigantesca pressão popular, acentuadamente a das manifestações do último dia 15, que levaram mais de um milhão de pessoas a quase 300 cidades do País inteiro, em protestos diretamente contra o governo Bolsonaro. Foram muitos os gritos, faixas e cartazes pelo Fora Bolsonaro.
Isso mostra que é somente a pressão popular que pode fazer com que as conquistas sejam alcançadas pelo povo. O povo pressionou e mesmo seu maior inimigo, que é Bolsonaro, teve de ceder. É preciso uma mobilização revolucionária dos trabalhadores e da juventude, muito maior do que a do dia 15 (mesmo que sejam protestos menores, mas em maior número e frequência), para colocar abaixo o governo.
Não se pode lutar apenas pelo fim dos ataques à educação, como alguns acreditam (como, por exemplo, pela queda do ministro Weintraub), porque Bolsonaro pode diminuir os ataques momentaneamente, porém sua política continuará em pé caso ele próprio não caia e, com ele, todo o regime golpista.