Artigo publicado no sítio do PSTU intitulado “Demissão de Mandetta é reafirmação da política genocida de Bolsonaro”, procura explicar o fato de Jair Bolsonaro ter realizado a demissão em função de uma política contrária a quarentena e de que o ex-ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) tomaria essa posição para combater a pandemia é mais uma enorme confusão política de um partido que afirmou que não havia golpe em 2016 e nem perseguição política a Lula.
Dando um ar esquerdista, o artigo procura explicar que Mandetta apesar de ser da direita, contra o SUS e ser um “agente de mercado” no SUS, estaria levando a frente uma política coerente no combate a pandemia e divergências graves em relação a quarentena aplicada e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
O artigo diz que “a demissão de Mandetta é a reafirmação da política genocida de Bolsonaro de ‘deixar morrer’ milhares a fim do que chama de ‘salvar a economia’, na verdade, proteger o lucro de grandes empresários e banqueiros.”
A análise apresentada pelo PSTU não é correta, pois a divergência fundamental entre Bolsonaro e Mandetta não é sobre impor ou não impor a quarenta, mas a maneira de ser colocada, pois a burguesia e a direita golpista saberiam que não havia a possibilidade de manter seus lucros com a política da quarentena. Tanto é assim, que passada esse “conflito” e vendo a situação está caminhando para o colapso, a própria direita que a esquerda taxou de ‘coerente e científica’, como Mandetta, João Doria, Wilson Witzel, Ibaneis Rocha e muitos outros golpistas já anunciam que vão flexibilizar a quarentena.
A quarentena foi uma decisão imediata tomada por esses governos de direita, incluindo Mandetta, para tentar esconder a total inoperância do Estado para lidar com a pandemia de coronavírus e nem sequer ter planejado ações como compra de testes ou respiradores, deixando a população à míngua.
Está claro pela política da burguesia que já há uma unidade sobre a necessidade de acabar com a quarentena, quando muito mantendo apenas como propaganda. Os grandes capitalistas já perceberam que não terão condições de manter essa política e irão tomar a decisão de deixar a população exposta à doença. Ou seja, acabou até mesmo a divergência superficial que se abriu sobre a questão do isolamento social.
A posição do PSTU em relação a demissão de Mandetta, indicando que este não tinha uma política tão genocida quanto Bolsonaro, demonstra que o partido continua com uma enorme miopia política e esquecer que era responsável por preparar o Brasil e o SUS com equipamentos e médicos diante da pandemia, sabendo que iria chegar ao País. Na verdade, a posição do PSTU é a mesma de toda a esquerda pequeno burguesa, que se diz revolucionário, mas não passa de uma repetição de uma posição política da burguesia e propaganda pela imprensa golpista.
